Aconteceu-me a meio de uma das sequelas da saga Transformer, talvez a terceira, não sei ao certo: estava a assistir à luta, metal com metal, pim pim pim, amálgama de placas, chapas, barulho e de repente olhei para o tecto. Distraído. Houve um clique de abandono, onde o filme se esquece dele mesmo e nós nos lembramos que é hora. O mesmo agora com F9. Sempre fui com agrado ao cinema ver esta malta e tenho especial carinho pela loucura frenética do quinto capítulo. Elenco colorido, vivo, com arrojo na procura de novas acrobacias - como nos Mission Impossible. Porém, esta vontade de espantar, do maior, das naves, dos submarinos, foi consumindo aos poucos o nervo da estrada e o sex appeal das corridas. O calor, a adrenalina, foram dando lugar ao irrealismo computorizado. A família, tantas vezes invocada, passou a ser de plástico. E se por lado existe essa autoconsciência, na interrogação "queres ver que somos mesmo super-heróis?", por outro perde-se a vontade de pôr o cinto. No início deste filme é claro, já não há um argumento, uma intriga, eles juntam-se para combater alguém que no fim virá para o lado deles, para no próximo filme estar do lado certo a combater outro alguém que depois, bem já perceberam. Até que uma carrinha anda ad aeternum com uns ímanes a puxar carros, carros, carros, e tu, tu olhas para o tecto. É hora.
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