Sing Street é o meu favorito de 2016. Mas ainda falta tanto, dizem os hipsters do Restelo e os chatos do Caralho. Falta, esta chouriça final de verão, depois dois meses com mais uns anestésicos, entra natal, família, dobragens em português, vomitar arroz pelo nariz, alguns filmes dos óscares. Ah e claro o Papagaio diz sempre tuk tok tik, filme da Polinésia Francesa vencedor dos festivais de annes, erlim, carno, neza, tesa, e afins, melhor do ano para o trio do Público. Estão a ver, falta nada ou pouco, e mesmo que faltasse, Carney volta a casa para nos lembrar de que é feito tudo, e de como se faz tudo. Os seus filmes sem mistérios, são pautas, que se vão soltando e é a necessidade que faz a diferença: não vive das canções, vive-se nelas, construindo em cima delas, degrau a degrau. Num incrível e sensível bom gosto, de época, de cor e coração, como se acreditar nunca fosse excesso. A música e o cinema em perfeita simbiose, moldando-se nas suas ideias, na destemida ideia de que podemos criar para amar, para dedicar. Aquele adeus do irmão, aquela festa, é possivelmente dos momentos mais bonitos que o cinema recente me ofereceu. Absolutamente imperdível.
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