A primeira vez que vi o poster deste The Mist, assim cá de baixo, pensei que ali estaria mais um terror com nevoeiro, pouco argumento, más actuações, enfim palpitei que era mais um para a pilha de cinema deste género que anualmente nos assola. De seguida vi o trailer onde apareciam dois nomes do meu agrado, os senhores Stephen King e Frank Darabont. Mais animado, mas ainda desconfiado, sentei-me e esperei.
Até que finalmente me embrenhei no desconhecido e digo com muita satisfação, que todas as minhas suposições estavam redondamente erradas e que The Mist é tudo menos vulgar. Como a maioria dos contos de King a premissa é relativamente simples: um conjunto de pessoas ficam encurraladas no interior de um supermercado devido ao espesso nevoeiro que paira lá fora. Muito prático, Darabont apresenta-nos as personagens e o terror nos 10 primeiros minutos de filme roubando-nos o fôlego e colocando-nos de imediato dentro do jogo. Jogada arriscada mas muito feliz. Todo o cansaço de um só local é apagado por um leque poderoso de personagens numa sucessão de peripécias brilhantemente criadas e desenhadas. O objectivo primário é sobreviver, mas sobreviver a quê? Ao desconhecido ou a nós próprios? O filme constrói-se assim numa intensa dualidade (o lá fora contra o cá dentro) que começa desnivelada, com um gordo nevoeiro, cheio de criaturas, a instalar o medo e o pânico. À medida que o tempo passa, o interior começa a ficar pesado, as respirações difíceis e a certo ponto o que está lá fora pouco ou nada interessa (talvez daí os fracos efeitos especiais que a mim nada me incomodaram). Invertem-se os lados. Temos medo de nós. É toda a dimensão humana que está aqui em exposição neste sombrio supermercado, e no momento em que as duas facções se dividem, nesse preciso instante, o filme é absolutamente aterrador. Deixa-nos a pensar, nas pessoas comuns do nosso dia a dia, das nossas compras, quem seria quem num momento assim?
Sem destapar mais o véu, resta acrescentar que o miúdo tem uma interpretação de gente grande, incrível mesmo, Marcia Gay Harden dá vida à personagem mais irritante e asquerosa (no bom sentido da representação) do ano, a cena da farmácia é uma pequena pérola e o final roubou-me todas as palavras, deixando-me caído na condição de fã absoluto: meu deus que final! (nota: curiosamente os meus finais favoritos são de obras de terror como A Descida, Cloverfield e agora este).
Até que finalmente me embrenhei no desconhecido e digo com muita satisfação, que todas as minhas suposições estavam redondamente erradas e que The Mist é tudo menos vulgar. Como a maioria dos contos de King a premissa é relativamente simples: um conjunto de pessoas ficam encurraladas no interior de um supermercado devido ao espesso nevoeiro que paira lá fora. Muito prático, Darabont apresenta-nos as personagens e o terror nos 10 primeiros minutos de filme roubando-nos o fôlego e colocando-nos de imediato dentro do jogo. Jogada arriscada mas muito feliz. Todo o cansaço de um só local é apagado por um leque poderoso de personagens numa sucessão de peripécias brilhantemente criadas e desenhadas. O objectivo primário é sobreviver, mas sobreviver a quê? Ao desconhecido ou a nós próprios? O filme constrói-se assim numa intensa dualidade (o lá fora contra o cá dentro) que começa desnivelada, com um gordo nevoeiro, cheio de criaturas, a instalar o medo e o pânico. À medida que o tempo passa, o interior começa a ficar pesado, as respirações difíceis e a certo ponto o que está lá fora pouco ou nada interessa (talvez daí os fracos efeitos especiais que a mim nada me incomodaram). Invertem-se os lados. Temos medo de nós. É toda a dimensão humana que está aqui em exposição neste sombrio supermercado, e no momento em que as duas facções se dividem, nesse preciso instante, o filme é absolutamente aterrador. Deixa-nos a pensar, nas pessoas comuns do nosso dia a dia, das nossas compras, quem seria quem num momento assim?
Sem destapar mais o véu, resta acrescentar que o miúdo tem uma interpretação de gente grande, incrível mesmo, Marcia Gay Harden dá vida à personagem mais irritante e asquerosa (no bom sentido da representação) do ano, a cena da farmácia é uma pequena pérola e o final roubou-me todas as palavras, deixando-me caído na condição de fã absoluto: meu deus que final! (nota: curiosamente os meus finais favoritos são de obras de terror como A Descida, Cloverfield e agora este).
The Mist é um misto de virtudes, um misto de valores e de questões, de sentimentos e condições, de voltas e turbilhões, de perder de vista, pedindo que cada um se aventure e diga se havia ou não algo neste nevoeiro...
(+) O entretenimento que nos faz esquecer. O terror que nos faz pensar. Tudo num só.
(-) Pode ser confundido com um dos 300000 filmes para assustar adolescentes que saem por ano.
1 comentário:
Aquele fim, apesar de a certa altura, previsivel, ESTÁ BRUTAL!!!
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