sábado, 28 de fevereiro de 2009

The Garden

Dei por ele, quando, naquela noite de domingo, o encontrei nos nomeados para o Óscar de Melhor Documentário. A história é uma luta jurídica por um jardim comunitário no meio de Los-Angeles, onde, desde 1992, a população planta a sua comida. É um daqueles contos reais que de tão inacreditável pede rápido visionamento.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Às voltas na Fnac

Eu bem disse que um dia ia encontrar o DVD de Waitress esquecido numa qualquer prateleira da especialidade. Ora bem esta obra esquecida e mal tratada tem o título português de Amor Aos Pedaços e para que não restem dúvidas estava aqui.


Depois da triste descoberta veio o alegre achado. Um Valquíria falso e um New York Tornado que faz lembrar muitíssimo um tal de Cloverfield.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Sexta-feira com o Correio da Manhã

A magia do 3D

Não foram necessários botões. Bastaram os óculos. Aqueles a 3 dimensões, que fazem as maravilhas de quem os põe. Nunca tinha experimentado e sem meias palavras deixem que vos diga: é uma experiência do catano!

O filme em questão é Coraline, fantasia tresloucada de Neil Gaiman levada ao grande écran por Henry Selick, realizador de O Estranho Mundo de Jack. A classificação (um pouco inapropriada) do filme - maiores de 4 anos - fez da sala um jardim de infância, cheio de pequenada fascinada, que, contra todas as expectativas, respeitou o espectáculo sem um único grito. É incrível como dezenas de crianças conseguem ser mais civilizadas que muitas bestas adultas desconhecedoras da palavra silêncio. Assim que o genérico arranca e a enorme agulha vem na nossa direcção, abraçamos a história para nunca mais a largar. O filme só por si já é algo de fantástico, cheio de personagens excêntricas, de animações incríveis e com uma dobragem altamente competente (a Ana Bola e a Maria Rueff foram escolhas mais que perfeitas). Só essa outra realidade já valia a pena mas com o 3D tudo isto ganha cheiro e forma, elevando a fasquia para todo um outro nível. Ficamos viciados nos grossos óculos e no modo como eles nos oferecem o espectáculo.

É a evolução da ida ao cinema. É a transformação de um velho conceito e , sem esquecer as suas raízes, o destapar de todo um novo horizonte.

No fim da sessão devia ter deixado os óculos no caixote. Não o fiz. Trago-os comigo e sempre que a realidade não me agrada coloco-os lembrando-me da Caroline. Perdão da Coraline.

Negócios e promoções

Comprei o The Graduate por 6 euros. Lá dentro vinha uma base para copos do Spartacus. A vida dá cada volta.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Confusão dos Bosques

Primeiro cahamva-se Nottingham e tinha como protagonista o afamado Sheriff. Afinal de contas ele não era assim tau mau e pelos visto tanto ele como o homem que rouba aos ricos para dar aos pobres seriam o mesmo actor. Tudo bem, era de facto uma ideia interessante que podia resultar num conceito novo e fresco desta lenda. Agora vêm-me dizer que o filme se chama Robin Hood e a personagem principal é ele mesmo. Mais do mesmo. Nunca percebi na totalidade Ridley Scott, tanto é autor de clássicos intocáveis como de disparates inenarráveis e parece agora ter sido completamente domesticado. Esta alteração é a prova disso e continua a escolher o mais vaidoso - e mais sobrevalorizado- actor da freguesia, Russell "Não sei como ganhei um óscar" Crowe. Fiquem lá com as vossas collants que eu vou voltar para um dos meus filmes de aventura favoritos e nesse já ninguém toca.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Uma foto, um filme

O desafio é para todos vós. Consiste em agarrar numa foto tirada por nós, deixá-la aqui - em vossas casas - e perguntar a quem lê: que filme a imagem vos faz lembrar? Pede-se apenas o nome, sem porquês nem quês. A minha fotografia é esta. Aguardo pela vossas.

Tramps like us


Mickey Rourke e Darren Aronofsky contam aqui como Bruce Springsteen entrou no projecto The Wrestler. Simples contacto telefónico. “The rest is history” diz Rourke. É história, por todos sabermos como acabou e por a canção ser um enorme pedaço de música. O Boss, continua assim, uma tempestade de força que brinca com o tempo e o molda nas suas amarras e guitarras. A actuação na Super Bowl foi prova disso: um grupo de eternos putos, apaixonados por aquilo que fazem e querem contagiar o mundo com a sua simples vontade de fugir para a felicidade. Num texto da Variety é dito o seguinte a respeito desta última actuação:

His half-time show was Springsteen giving yet another great performance, the sort that we expect from him, the type that makes us return time and time again to feel something that no other experience in our lives provides. No one delivers shows like this and he reminded us once again.

Vi-o há mais de um ano. O sentimento é esse. Esse e mais uma lista infindável de palavras que não cabem em sítio algum. O novo cd, esse, já está cá fora e os singles Working On A Dream, My Lucky Day e Life Itself já estão a rodar a alto e bom som. Boss continua a ser aquele que tem em todos os seus dias, dias de glória e em todos esses dias nos dá a força para correr. Seja numa noite fria de Dezembro ou num dia solarengo de Fevereiro.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

10 filmes para não ver com a cara metade

1. Kids – Fazer amor hoje? Esquece lá isso.
2. Código Da Vinci - Fazer amor hoje? Esquece lá isso, ela já adormeceu e tu também.
3. Crash – É dizer adeus ao passeio de carro.
4. Poseidon – É dizer adeus ao passeio de barco.
5. Atracão Fatal – Só para levantar suspeitas desnecessárias em relação à tal colega de trabalho.
6. Eden Lake – Acampar, os dois, nunca mais.
7. Motel – Ficar em Motéis, os dois, também nunca mais.
8. A Guerra das Rosas – Só com água das pedras.
9. Revolutionary Road – Só com uma palete de água das pedras e mesmo assim cada um deve acabar por ir dormir a sua casa.
10. Mulholland Drive – Tão confusos que já nem sabem que namoram.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

A infelicidade do Óscar


Sally Hawkins tem na sua Poppy uma das interpretações do ano. Parece fácil construir a leveza da sua personagem, o brilho de uma mulher que no mais escuro dos lugares vê a sua felicidade colorida. Parece básico encarar os dias como contos de fadas e contagiar o envolvente com espirros de alegria. Realmente o sorriso parece ser um instrumento simples, mas não o é e infelizmente não vem com livro de instruções. Porém, Hawkins, de forma singular e genuína, constrói um tipo de pessoa que só conhecemos uma ou duas vezes na vida, que de tão feliz que é franzimos o sobrolho e estranhamos. Excentricidade? Não, é apenas o puro gozo de viver. E não é por ser raro que Happy Go Lucky deixa de ser real, contrapondo a soberba presença feminina com uma não menos genial presença masculina: Eddie Marsan, com o seu azedo instrutor de condução, oferece um daqueles papéis crus e nus, como se personificasse os olhos da tristeza, daqueles que não compreendem um ser assim nos dias que correm. Todas as cenas entre eles os dois são pedaços fantásticos de cinema que devem ser vistos e revistos por toda a gente.

Este par falhou as nomeações aos Óscares. Porquê? Não sei, não é fácil de compreender. Olhando para os nomeados a Melhor Actor Secundário, descartava rapidamente Robert Downey Jr. e a sua excêntrica caricatura, inserindo sem medos Marsan, para lutar de igual para igual com os restantes opositores (embora o Óscar já esteja atribuído a Ledger). Olhando para as senhoras a questão adensa-se. Vamo-nos centrar na categoria de Melhor Actriz Principal e olhar para esta década de nomeações. Num breve passeio, excluindo Bridget Jones e Juno, não há nenhuma personagem verdadeiramente alegre e feliz. Arriscando dizer que 95 por cento destas interpretações envolveram choro e dor, conflitos e amor. Se recuarmos para a década anterior constatamos também que a proporção é de 8 sérias vencedoras contra 2 vencedoras mais risonhas, que ainda assim mostram o seu lado mais perdido (Gwyneth Paltrow em A Paixão de Shakespeare e Helen Hunt em Melhor é Impossível).


Será que a Academia premeia a lágrima em detrimento do sorriso? Será que uma mulher chorosa será sempre mais forte que uma mulher feliz? Pelos vistos e pela história, parece que sim.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Casting

Ainda encegueirado pelo aperitivo Tarantino veio-me à cabeça a seguinte questão: se eu pudesse escolher um actor, perdido ou desencontrado com a sétima arte, para ser dirigido pelo mestre qual seria?

Depois de pensar um pouco, acho que recomendaria este senhor aqui.

E vocês?

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Polémica morena

Recebemos dezenas de queixas devido ao post da Scarlett Johansson. Vozes revoltadas com a afirmação de ela, ela mesmo, ser a mais bela das morenas. Ela, que era loura. Frases como "fazem dessa senhora uma deusa" ou "parece que não existe mais ninguém no mundo", concluídas com "ainda por cima é péssima actriz, falem mas é de cinema". De todos os protestos o mais certeiro veio do senhor Anónimo que disse assim:

Caro Miguel, compreendo todo o seu carinho e admiração pela jovem em questão. Eu mesmo sou apologista de uma foto diária da rapariga, aquece-me o coração e deixa-me de sorriso na boca. Penso apenas que não podemos desprezar outra grande morenas que apareceu recentemente e que joga mano a mano, ou mana a mana, com a jovem Johansson. Falo pois de Emily Blunt, presença cada mais vez mais constante no cinema actual e futuro. Há então possibilidade de a expor no seu grande blogue?


Caro Anónimo, primeiro obrigado pelo elogio. Segundo, concordo por inteiro com tudo o que disse. Terceiro tenho mesmo de deixar de arranjar desculpas tão idiotas para colocar aqui uma fotografia.

Emily Blunt

Trailer obrigatório do dia

11 minutos

É o tempo em cena de Viola Davis. O tempo do seu diálogo com Meryl Streep, que lhe valeu a Nomeação para o Óscar de Melhor Actriz Secundária. Entra, rouba uma nomeação e sai. Simples, sublime e eficaz. As nomeações de presenças fugazes não são novidade (Ruby Dee em Gangster Americano - 5 minutos) e as suas vitórias não são esquecidas(Judi Dench em A Paixão de Shakespeare - 8 minutos), mas o que marca aqui, para além da interpretação soberba, é a solidez da única cena, do seu único tiro onde transmite toda uma vida de sofrimento, agonia e preocupação. Um olhar tão forte que nos diz tudo o que a personagem disse ao longo da vida.
Forma assim, com os restantes protagonistas, o melhor quarteto de interpretações dos últimos anos. Um conjunto perfeito, sustentado por diálogos incrivelmente bem escritos. É difícil explicar o que é uma cena entre Hoffman e Streep. Algo de superior, impossível de encaixar numa dúzia de palavras. Por isso, a única dúvida de quem não viu deve ser o dia em que o vai ver.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Ela

He's Just Not That Into You, diz o filme que estreou há pouco tempo. Ela entra e o título, ou não é sobre ela, ou então é mentiroso. Mas isso não interessa, certo é que ela ganhava títulos no campeonato das louras e agora que chegou ao campeonato das morenas parece-me que está já com 30 pontos de avanço.

Scarlett Johansson

Sorriso milionário, versão pin-up

A Vanity Fair pega nas actrizes em ascensão e fotografa-as que nem pin-ups dos anos 50. Dá-lhes o nome de The Vanities Girls e forma um gordo catálogo desde Setembro de 2006. Como estamos a caminhar para Março de 2009, aqui fica a razão de ser um bilionário.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Take 12

As doze primaveras merecem os meus sinceros parabéns. De um novato, para todos aqueles veteranos. Aqueles, que há um ano atrás começaram esta jornada e que todos os meses dão o melhor de si. De si e se esfolam pela arte, aquela que é a sétima mas que vem sempre em primeiro. Sempre, e para o ano espero estar aqui neste sítio, a escrever novas palavras e a soprar novas velas. Porque, como já dizia o Palma, enquanto houver ventos e mar a gente não vai parar.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Slumdog Millionaire


Queria começar com uma questão e deixar quatro hipóteses de resposta. O problema é que não encontro a questão e muito menos percebo as respostas. Dou com o facto de que Slumdog Millionaire é o filme sensação da época. Aquele que começou pequeno e foi crescendo, que nem jogador da bola, ou que nem o próprio protagonista, da lama até à fortuna.

Danny Boyle é um realizador colorido e heterogéneo, o que dificulta a previsão do seu próximo passo. Já apalpou quase todos os terrenos, com quase todos os resultados possíveis, deixando em aberto a aproximação que se segue. Aqui o cenário escolhido foi a Índia e a história é aquela que todos já sabem: Jamal, um miúdo oriundo dos bairros da lata encontra no seu passado as respostas para o concurso Quem quer ser milionário. O seu grande objectivo não é o dinheiro mas sim encontrar o seu amor perdido, Latika.

A obra divide-se em duas partes, tanto pela cronologia, como pela qualidade, residindo nesta distinção a sua maior força e a sua maior fraqueza. A primeira conta-nos as peripécias da infância, num país pobre e sobrepovoado. Com uma fotografia incrível, somos apresentados à dualidade latente na vida de dois irmãos, ao inferno num cenário idílico. De cena em cena passamos por excelentes sequências sempre à espera da pista para a resposta seguinte, sempre na expectativa e na dúvida do próximo desafio. O drama implícito no conto de fadas resulta e os flashbacks encaixam na perfeição no interrogatório policial. Balançamos numa linha ténue, entre duas notas, no tom que é o certo.

A partir do momento em que a dupla de irmãos se separa e a infância acaba, o filme cai da corda. Ficamos sem as odisseias mirabolantes e ganhamos uma história de amor mal arranjada. Vem ao de cima a fragilidade interpretativa do casal protagonista e os buracos do argumento. O destino ganha contornos demasiado forçados: o reencontro com o irmão, o reencontro com Latika, a pergunta final, tudo é pouco natural, tudo impede a narrativa de fluir normalmente, caindo em absoluto no campo da lamechice (e por vezes do ridículo). Tal como Ícaro, arriscaram demais e o que podia ter sido um voo pleno acabou numa viagem interrompida por um final pouco satisfatório.

Esta perda de orientação e de balanço não tira ao filme todo o seu brilho, toda a força da sua história, toda a originalidade e vontade. Deixa-o apenas na casa errada. Longe do brilhantismo, longe daqueles pequeninos que ficam para sempre na nossa memória.
(+) A grande odisseia da infância.
(-) Não conseguir manter o tom equilibrado durante todo o filme.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Até Março dão-nos música

Faltam dois meses. Vá, dois meses e dois dias. É sempre bom ser preciso quando é preciso acima de tudo ser paciente. O que podemos fazer, nesta noite chuvosa de espera, é olhar para a banda sonora. Não é preciso tirar conclusões, basta referir os nomes de Nina Simone, Leonard Cohen, Nat King Cole e Jimi Hendrix, entre outros. Para aguçar ainda mais o apetite parece que os créditos iniciais são ao som disto:

Respirar fundo e ser paciente. Está quase, está quase...

Something Just Clicked

Annie Leibovitz fotografou, para a Vanity Fair, parcerias de sucesso. Apertos de mão secretos ou cúmplices abraços, que resultaram em fórmulas vencedoras. Com respectiva conversão em prémios, consagrações ou simples nomeações. Certo é que de improváveis duos sairam fotos singulares.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Descansar a cabeça

Ainda embrenhados pela inteligência da chuva damos de caras com os descansos do calor. Esquecemos então o frio de um prémio e lembramo-nos do calor da pipoca. Três teasers dos grandes blockbusters de 2009 aparecem a propósito da Super Bowl. Uma coisa é certa, explosões não vão faltar. G.I. Joe: Rise of the Cobra rebenta com a Torre Eiffel; Transformers 2: Revenge of the Fallen rebenta com um porta-aviões e com tudo o resto que os G.I. Joes não rebentaram; por último, a esperança do entretenimento e da qualidade num único pacote, Star Trek, a rebentar com naves, prometendo cada vez mais ser a next big thing. Bem, mas como ainda faltam pelo menos três meses, vou abrir de novo o guarda-chuva e voltar às tristezas da época.