É o tempo em cena de Viola Davis. O tempo do seu diálogo com Meryl Streep, que lhe valeu a Nomeação para o Óscar de Melhor Actriz Secundária. Entra, rouba uma nomeação e sai. Simples, sublime e eficaz. As nomeações de presenças fugazes não são novidade (Ruby Dee em Gangster Americano - 5 minutos) e as suas vitórias não são esquecidas(Judi Dench em A Paixão de Shakespeare - 8 minutos), mas o que marca aqui, para além da interpretação soberba, é a solidez da única cena, do seu único tiro onde transmite toda uma vida de sofrimento, agonia e preocupação. Um olhar tão forte que nos diz tudo o que a personagem disse ao longo da vida.
Forma assim, com os restantes protagonistas, o melhor quarteto de interpretações dos últimos anos. Um conjunto perfeito, sustentado por diálogos incrivelmente bem escritos. É difícil explicar o que é uma cena entre Hoffman e Streep. Algo de superior, impossível de encaixar numa dúzia de palavras. Por isso, a única dúvida de quem não viu deve ser o dia em que o vai ver.
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