Não foram necessários botões. Bastaram os óculos. Aqueles a 3 dimensões, que fazem as maravilhas de quem os põe. Nunca tinha experimentado e sem meias palavras deixem que vos diga: é uma experiência do catano!
O filme em questão é Coraline, fantasia tresloucada de Neil Gaiman levada ao grande écran por Henry Selick, realizador de O Estranho Mundo de Jack. A classificação (um pouco inapropriada) do filme - maiores de 4 anos - fez da sala um jardim de infância, cheio de pequenada fascinada, que, contra todas as expectativas, respeitou o espectáculo sem um único grito. É incrível como dezenas de crianças conseguem ser mais civilizadas que muitas bestas adultas desconhecedoras da palavra silêncio. Assim que o genérico arranca e a enorme agulha vem na nossa direcção, abraçamos a história para nunca mais a largar. O filme só por si já é algo de fantástico, cheio de personagens excêntricas, de animações incríveis e com uma dobragem altamente competente (a Ana Bola e a Maria Rueff foram escolhas mais que perfeitas). Só essa outra realidade já valia a pena mas com o 3D tudo isto ganha cheiro e forma, elevando a fasquia para todo um outro nível. Ficamos viciados nos grossos óculos e no modo como eles nos oferecem o espectáculo.
É a evolução da ida ao cinema. É a transformação de um velho conceito e , sem esquecer as suas raízes, o destapar de todo um novo horizonte.
No fim da sessão devia ter deixado os óculos no caixote. Não o fiz. Trago-os comigo e sempre que a realidade não me agrada coloco-os lembrando-me da Caroline. Perdão da Coraline.
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