sábado, 31 de janeiro de 2009

Trambolhões


Olhando para a Box Office dos E.U.A. vejo a comédia americana em todo o seu esplendor. Ou se quiserem ser positivos, vejo o que de pior há nela. Assim, nos primeiros dez lugares temos as 3 variações da gargalhada fácil e certeira (falando em dólares):

- Em 8º Bride Wars, a típica comédia romântica que tem de ter o Matthew McConaughey* ou a Kate Hudson. Esta tem a Kate Hudson, mete noivas, trambolhões e parvoíce.

- Em 4º, Hotel for Dogs, um filme que podia ser da Disney mas não é e que tem dois miúdos, muitos cães e o Don Cheadle (???). Deve meter também trambolhões, os altos valores da amizade e um final de puxar à lágrima (por finalmente ter acabado).

- Em 1º, Paul Blart: Mall Cop, filme que podia ser com o Martin Lawrence mas não é. É sim um one man show com o tipo gordo que queria ser polícia a sério mas não consegue, mas depois acaba por conseguir e ficamos todos contentes. Ah e mete trambolhões também.

*ele tem agora uma comédia nova que é uma adaptação moderna do conto natalício de Charles Dickens e que se chama Ghosts of Girlsfriends Past. Sim é verdade.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Lost Coastlines

Okkervil River

Wallpaper actual

Cinéfilo que é cinéfilo tem sempre um papel de parede a condizer. Algo que forre o seu ambiente de trabalho e retrate as suas preferências. Muitos filmes apostam nesta forma de publicidade com resultados muito felizes. Eu, costumo ir trocando, mensalmente, às vezes quase todos os dias, depende do bom tempo, ou da chuva. Agora, neste preciso momento o meu wallpaper é este.
Qual é o vosso?

Não engana

Duas pessoas desmairam em Sundance na estreia de Grace. É verdade que existem cabeças no ar e mentes distraídas. É verdade que podemos ter outras coisas para fazer do que estar a ler a sinopse do recém-nascido dado como morto, que volta a vida com sede de sangue humano. Sim pode nos escapar, mas que tipo de filme é que uma mente mais sensível pensa que vai ver quando olha para este poster?

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Franklyn, my dear

Koumpounophobia

Ter medo de botões. Não é um medo comum. Diz Neil Gaiman no seu trailer de Coraline, naquele que brilha pela excelência do conto, da voz melódica que nos prende imediatamente no outro lado do espelho. É simples, mas tremendamente eficaz. Não esquecer o mais recente trailer, mais tradicional, mas ainda assim a segurar as expectativas lá bem no alto. Relembro também que outro Neil vai levar a sua última obra ao cinema. Neil Jordan irá realizar The Graveyard Book. Acho que chegou a altura de abrir a carteira e antes de ver as obras de Gaiman em película, devorá-las em páginas.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Capitão Haddock

Parece que é certo. Depois de Gollum e de King Kong, Andy Serkis tira a máscara e assume o papel de Capitão Haddock na adaptação para cinema dos livros de Hergé. Não é a escolha óbvia mas é daquelas opções que assim que apresentadas nós dizemos: como é que não me lembrei dele antes?!Quanto ao resto, Jamie Bell (Billy Elliot) vai ser o protagonista e o guião está a cargo de Steven Moffat, Edgar Wright e Joe Cornish. Quanto ao realizador acho que é um tal de Steven Spielberg. Acho que melhor era...como é que se diz...ah já sei, impossível.

Quando eu era (muito) pequenino

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Littlefoot e nomeações


Já todos sabem quem são. Os nomeados. Primeira coisa a dizer é: falhei. Por causa disso esperam-me 20 horas de Vale Encantado, não podia estar mais entusiasmado. Segunda coisa, tenho mesmo de deixar de ser parvo. Terceira coisa, apesar de ter errado em Revolutionary Road, o substituto é The Reader, também com a outra, a Kate Winstlet, o que devia contar como meia resposta certa. Quarta coisa, o cardápio. Depois do menu arrojado do ano passado voltamos à típica lista: um pequenito, um político, um biográfico, um bigger than life e um holocaustico (onde alguém lê cartas e chora bastante). A receita é a mesma e apesar de já estar à espera, tinha esperanças em Wall-E e The Dark Night. Se os hobbits limparam tudo porque não um homem-morcego e um robot? Quinta coisa, Brad Pitt. Um carro, um avião, um barco, uma mota e um ananás. Ele é o ananás. Sexta e última coisa, onde está Aronofsky?

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Não podia deixar de dizer que é hoje

A very particular set of skills

Arrisco-me a dizer (e nunca tinha começado um post arriscando-me a dizer) que Taken é a melhor fita de acção de 2008. Cru, simples e tremendamente eficaz. Os acontecimentos seguem uma linha recta, directa naquilo que conta, sem floreados nem espinhas, é um homem a salvar a sua filha, nada mais. Pai sufocado, interpretado por um improvável e espectacular Liam Neeson, que nos lembra a cada passo como foi feito para um papel deste tipo. Neste pack explosivo temos ainda direito a uma cena fora de série. Desde a montagem, até ao ritmo e tensão. O momento em que a filha é levada tem tanta força que é realmente extraordinário como se faz tanto com um paralelismo tão simples. E claro, o diálogo é absolutamente mítico:

I don't know who you are. I don't know what you want. If you are looking for ransom, I can tell you I don't have money. But what I do have are a very particular set of skills; skills I have acquired over a very long career. Skills that make me a nightmare for people like you. If you let my daughter go now, that'll be the end of it. I will not look for you, I will not pursue you. But if you don't, I will look for you, I will find you, and I will kill you.

O que é feito de

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Take 11

Desde o início que a sigo. Desde a primeira data que a leio e admiro. Hoje, entro na fragata. Foi com muito orgulho que aceitei o convite da Take e a partir deste número dou vida à secção de televisão. Como em qualquer chegada, vou aos poucos desfazendo as malas, colando as fotografias, ambientando-me e encontrando o certo lugar das coisas. De forma a que, número a número, consiga fazer sempre melhor e fazer desta nossa casa cada vez mais a vossa casa. Mais uma vez agradeço a toda a equipa pela oportunidade (em especial ao José Soares e ao Miguel Reis)! Agora, sem mais demoras, vamos lá ao que interessa:

Com sono e sem título

Ia ser uma triste verdade - nunca vi este filme. Ia também ser o cigarro da deita. Quem sabe, os sonhos inocentes do Waits. Já não sei, fica o resto e todas as outras promessas que cumprirei, noutro dia, não hoje.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Será este o novo despertar?

Desde Eternal Sunshine of the Spotless Mind (2004) que uma "comédia romântica diferente de toda a tralha" não me enche as medidas. Desde aí que ando numa busca constante por um novo despertar, como se estivesse a perseguir a Amy, sabendo de antemão que as minhas hipóteses de a voltar a são bastante escassas. Cinco anos é tempo e já não era sem tempo de avistar uma luz, vinda de Sundance, com o nome de 500 Days of Summer. As críticas não podiam ser melhores e a última que li, no meio de dezenas de elogios, compara certos mecanismos narrativos a Pushing Daisies, uma das melhores séries de 2008, muito apreciada aqui por estes lados. Juntando o apetecível trailer e acreditando que é possível gostar de um filme com a Zooey Deschanel, temos a tinta fresca para pintar no tecto uma das prioridades para este 2009.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

The Curious Case of Benjamin Button

We are defined by opportunities, even the ones we miss. É esta frase que nos apresenta a fábula atípica de um homem que cresce ao contrário. É ela que tenta definir a obra mas que acaba por encaixar apenas na figura do realizador: Fincher, criador caracterizado por todos os seus filmes, mesmo aqueles que não resultam e Button é, infelizmente, essa oportunidade falhada.

Esta adaptação do conto de F. Scott Fitzgerald (1920) fala do tempo, daquele que temos e perdemos, daquele que se estica e se troca, como se as regras da vida fossem pedaços de uma qualquer plasticina. E tempo é o que não falta para pintar a brilhante premissa: uma criança nasce idosa, com todas as doenças e problemas da idade, e em vez de envelhecer, rejuvenesce, fica melhor e mais novo, até ao estado final de pequeno bebé. História contada por uma filha à sua mãe às portas da morte, através de um velho e misterioso diário. Iniciamos assim uma biografia invertida, um conto à moda antiga, contado e narrado na primeira pessoa (inevitável não associar a Lemony Snickets).

É neste arranque que temos os melhores momentos de todo o filme. A pequena história do relógio que trabalha ao contrário é absolutamente fantástica e deixa-nos apresentados à lógica dos ponteiros. Reconhecemos aqui Fincher e esta é a analogia perfeita para a meia hora que se segue: o nascimento do protagonista, o acolhimento no lar, a percepção de que é diferente e os primeiros passos, todos dados com ritmo e força. Depois de nos agarrar, a obra trava e limita-se a arrastar o que foi conseguido anteriormente.

O velho vive demasiado tempo, alojado nos mesmos moldes e sem acontecimentos de relevo. Conhece a rapariga e depois faltam aventuras, histórias incríveis, personagens peculiares que se adicionem ao protagonista e formem episódios marcantes (talvez ao jeito de Big Fish). Se os marinheiros ainda conseguem ter alguma frescura, a mulher casada (Tilda Swinton) é um poço de aborrecimento. O tempo atraiçoa e pára a acção, desenrolada sobre o romance de duas pessoas demasiado caracterizadas (Pitt e Blanchett). Maquilhagem a mais, coração a menos. Onde estão as angústia de um amor amaldiçoado? Onde está a dor de um par impossível? Não há. Temos apenas reencontros repetitivos sem química nem paixão. Pelo meio existem os fantásticos raios fulminantes que atingem um velhote do lar e uma excelente cena sobre o acaso (no momento do atropelamento, aqui é Fincher de novo). O cansaço apodera-se e o inevitável destino apresenta-se apenas como uma marca a ser atingida, a hora certa em que tudo termina, sem expectativas ou questões de interesse.

Previsível como o facto de a leitora (Julia Ormond) ser a filha de Button o filme termina, com o relógio inicial esquecido no meio de uma tempestade. O fim abraça-nos e, tirando tudo o que poderia ter sido, mais nada nos conforta.


(+) A caracterização, das personagens e das épocas.
(-) A incapacidade de, concisamente, nos tocar.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

O melhor dos posters

Os nomeados para os IMP Awards 2008 estão aqui. As categorias são, como sempre, as mais diversificadas e entre os melhores posters, os piores posters e os posters assim assim, destaco aqui a minha tagline favorita.

Is it still cheating if everyone's doing it?

O vencedores são anunciados dia 19. Até lá temos o tempo necessário para passear nas possibilidades e escolher uma certeza bem ao nosso gosto.

Sorriso milionário

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Está quase

Enquanto o 21 não chega podemos sempre espreitar os ditos de quem já viu. Sem grandes spoilers as notícias não podiam ser melhores:

Prado ou Lafayette?


Das séries que já terminaram duas grandes personagens surgiram. Depois ficaram. Para a história ou para o futuro. Sangue fresco que veio demonstrar a capacidade de inventar e criar, morder ou matar. O primeiro é um cozinheiro, traficante e homossexual. O segundo um promotor público fiel aos princípios da família mas com uma ideia distorcida de justiça. Ambos são interpretações de luxo, representações poderosas que constituíram bases fulcrais nas respectivas séries. E a questão que eu deixo é: Jimmy Smits ou Nelsan Ellis? Miguel Prado ou Lafayette? Qual deles merece o título de melhor personagem nova da temporada?

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

As duas canções que interessam

When you came in the air went out.
And every shadow filled up with doubt.
I don't know who you think you are,
But before the night is through,
I wanna do bad things with you.

Have you ever seen a one trick pony in the field so happy and free?
If you've ever seen a one trick pony then you've seen me
Have you ever seen a one-legged dove making his way down the street?
If you've ever seen a one-legged dove then you've seen me

Golden Globe Awards - coisas.

A barba do Sting. O Ricky Gervais. O Bruce Springsteen ganhou a melhor música e fez uma piada envolvendo o Clint Eastwood. O Peter Gabriel estava nomeado. A Kate Winslet designou a Anne Hathaway como "...and the other one". A Kate Winslet ganhou dois globos doirados. A Kate Winslet está desculpada. O Ricky Gervais. Um preto do 30Rock fez uma piada envolvendo (a eleição d') o Obama. Não foi má, a piada do Tracy Morgan. Mas a Demi Moore é melhor. E o Rainn Wilson (The US Office) abriu a boca e disse: "Hello, we're tv actors". O Rainn Wilson falou pouco tempo. Por falar em The Office, o Ricky Gervais. O Colin Farrel ganhou um prémio. Ainda não acredito que o Colin Farrel ganhou um prémio. O Colin Farrel também não. O Heath Ledger ganhou o Globo de Ouro para melhor Joker Principal. Por estranho que pareça, o Heath Ledger não foi fazer um discurso de agradecimento. O Ricky Gervais. O decote da Salma Hayek. A Scarlett Johansson não apareceu. A Scarlett Johansson. A série TV Mad Men, uma série sobre as pessoas que atribuem os Globos de Ouro para a Melhor Série TV, ganhou o Globo de Ouro para a Melhor Série TV. A Natalie Portman também não apareceu. O Ricky Gervais. O Spielberg ganhou o prémio Manoel de Oliveira. E falou muito. Parece que é preciso ver o Slumdog Millionaire. O Mickey Rourke ganhou o Globo de Ouro para melhor Actor. Por estranho que pareça o Mickey Rourke foi fazer um discurso de agradecimento. Ok, tropeçou nas escadas. Mas chegou lá acima. O Mickey Rourke agradeceu aos cães. O Ricky Gervais.


[os nomeados, vencedores, fotos, e outras coisas desinteressantes, aqui]

Gran Torino

domingo, 11 de janeiro de 2009

Já ali à esquerda

The Last House on the Left foi o primeiro filme de Wes Craven. Estávamos no ano de 1972. Faltavam dez anos para eu nascer e faltava uma longa carreira pela frente deste jovem realizador. O filme é um ensaio sobre o que dois pais normais são capazes de fazer aqueles que magoaram a sua filha. Sem nunca ter visto esta obra dou agora de caras com o remake. Apesar de não ser grande fã de actualizações (devido às más experiências que tive anteriormente), esta aqui tem um óptimo aspecto.

O caso The Joker



A questão aqui é que é impossível fazermos essa separação. Actor e personagem são uma entidade única, Ledger é The Joker e The Joker é Ledger. Brilhante, raro e perfeito. Portanto acabem lá com os disparates de trazerem outro actor para acordar a personagem. Escolham outra estrada, esta aqui está brilhantemente encerrada.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Danny Boyle e Darren Aronofsky

Momento Maya

Estes vão ser os cinco nomeados ao Óscar de Melhor Filme:

- Slumdog Millionaire
- Frost/Nixon
- Milk
- The Curious Case of Benjamin Button
- Revolutionary Road

Se eu estiver errado vejo de uma vez só os treze filmes do Em Busca do Vale Encantado. Chiça que eu hoje estou cheio de confiança.

Tristes verdades II

O Renny Harlin tem um novo filme.

Bigelow 6 anos depois

Jeremy Renner é daqueles secundários que sempre me chamou a atenção. Agora é protagonista em The Hurt Locker, o novo filme de Kathryn Bigelow (que infelizmente deixa os anos passarem até nos dar uma amostra nova do seu enorme talento). O primeiro a encabeçar o regresso da segunda parece-me o útil em cima do agradável. O frenético trailer é a terceira peça a encaixar na grande expectativa.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Down in Mexico II

Não há como fugir. Para além de ser a melhor cena do filme é a melhor lap dance da década. E sem mais demoras, tal como prometi, aqui está ela.

Down In Mexico

Mais tarde ou mais cedo esse momento iria aqui cair. Era inevitável. Mas antes de deixar a cena, semeio a música...


segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Tristes verdades

Em 2008 não vi o Mulholland Drive.

Vera Farmiga

Já a noite marcava horas escandolosas quando choco de frente com o Joshua. Obra de 2007, onde uma criança maléfica infernizava a vida dos seus progenitores. Terrorzinho bem feito (uma espécie de O Bom Filho regressa) que me fez (re)conhecer Vera Farmiga. Belíssima actriz em todos os sentidos, que trouxe à memória Running Scared (fantástica peça de acção), The Departed e Quid Pro Quo (que a par com Choke está na minha lista de excentricidades obrigatórias a ver). Com três filmes assinalados para 2009 esperemos que a sua agenda se alargue e que seja presença bastante assídua neste e nos anos que se seguem.