Há um episódio, da recém cancelada The Time Traveler's Wife*, em que o protagonista se diverte consigo mesmo. Não, não é assim. Vou explicar melhor: ele viaja involuntariamente no tempo, para outras alturas da sua vida, de modo que, num mesmo evento podem estar duas, três, quatro versões dele próprio. É denso. Mas o Henry adolescente quando se apanhou com outro Henry adolescente decidiu avançar para aquilo que só Marilyn Manson conseguiu, o auto felácio. Esta história toda para ilustrar um pouco o que acontece a estes Garlands e Asters desta vida depois de levarem demasiadas festinhas. Ficam tão entesados com eles próprios que nos oferecem estas sessões de auto bobó, com pouco prazer para quem vê. Men é lindo de morrer, com cenas arrojadas e inesquecíveis. O grande problema é que toda esta copa frondosa e colorida não assenta propriamente em nada. Faltaram-me raízes para tentar resolver, a par com a (sempre incrível) Jessie Buckley, o mistério e o trauma. É tudo estranhamente evidente sem nunca respeitar os tempos da loucura. Acabamos por ter uma escalada sem nunca sair da base.
* bem melhor que o filme.
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