É o Director's Cut do Matt Reeves. Direitinho para o cinema. Tiro-lhe o chapéu, tiro sempre o chapéu a quem faz o filme que quer. Para além disso, dedo certeiro no casting - destaque para Colin Farrell - e mão segura na câmara. Alguns planos na primeira pessoa, nas sequências de ação, são fabulosos, e depois temos a chuva, sempre a chuva, a marcar o passo noir. O detetive morcego, casa adentro. De facto o início prometia algo completamente diferente, não melhor ou pior, diferente. Eu ia à procura de uma reformulação: que as personagens tivessem outra diretiva para além do passado, dos pecados, da corrupção, do crime. Mas The Batman enrola-se em repetitivos chamamentos no céu, para ir aqui, depois ali, nos mesmos espaços, vezes sem conta, sem grande criatividade. Atos também ausentes na resolução do mistério principal, demasiado gordo para um fecho tão previsível e fragmentado. Num puzzle destes queremos sempre participar, agarrar na lupa, destapar surpresas. Aqui não nos é permitido, quer pela frieza dos passos, quer pela indiferença das próprias relações. Não há nada de errado com o conjunto, não senti foi o apelo à vingança - pedia outro nível de violência - nem a adrenalina de um contrarrelógio. Um dos enigmas mais aguardados do meu ano, que se resolveu com gosto mas muito pouca emoção.
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