sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Não roas as unhas, vais precisar delas para tocar o Baby Driver


E a meio alguém disse: agora conduzes tu. Trocando em andamento, com cotoveladas, roça roça e desajeitados movimentos que mesmo depois finalizados, e cada qual em seu novo assento, não ofereceram seguro rumo. Wright estava bem, viril na sua premissa, de ser a música a ditar o tom. Ritmo, história. Num mundo de bolhas, de indivíduos cada vez mais reclusos do seu próprio som, convidar-nos para o casulo apertado de Baby era proposta irrecusável. E aguenta-se, no seu modo de trautear e musicar o que a rodeia. Conseguimos ver, quase envergonhados, como se constrói outra realidade. Claro, amigos, que tinha de ser na saúde e na doença, e ao primeiro problema o filme resolve-se, esquece as regras e, trapalhão, lá brinca ao gato e rato, ao grande espectáculo. Sem orientação nem audácia. Era preciso coragem e disciplina para levar este Baby Driver ao porto do inesquecível. Wright não tem uma coisa nem outra. 

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