Girl you see me smiling
Girl i'm singing words of joy to the world
Between the lines it's hidden in the smile
Can't you hear a cry for love
Este refrão do Fonseca é, com todas as suas letras, luva para Rogue One. Gareth Edwards, preso dentro de sorrisos, explosões e formatações. Lá dentro, da apertada máquina que limita, corta e censura. E o que mais custa, é que nas entrelinhas conseguimos de facto ouvir o apelo. O filme a querer sair, a querer ganhar forma e a existir perante nós, para ser abraçado e vivido. É penoso. Amargo porque está ali escondida uma obra do caraças, com um ambiente e cenografia maravilhosos e um tom unidireccional, negro e suicida, que nunca antes se tinha provado. Tudo por terra, às mãos de uma retrosaria filha da puta que só se interessa pelo preço do frame a metro. O casting é francamente mau, não, não e não. Em 2016 não se pode de todo escolher aquele par de jarras novelesco e amador para uma história que pede maturidade e negrume. Mas mesmo assim, se houvesse o mínimo de espaço para se respirar, para o filme se construir construindo os seus - antes, durante, depois - explorando as suas motivações e colocando-as em xeque, aí tudo seria diferente. Nunca chegamos a perceber o porquê de nada, o real, o tal real que permite a formação de laços. Não é de todo normal, a personagem que mais saudades deixa ser um robô. Demasiado plano, insípido e maquinal, ou como diz a canção words of joy to the world.
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