sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Os rebeldes somos nós

As refilmagens foderam isto tudo. Podem vir com: tem lá calma, nem sabes o que foi filmado de novo, nem sabes o que mudou, se calhar está bem bom. Não está, e como é que eu sei, sei porque este último trailer parece daqueles trailers que se faz do género "e se o Star Wars fosse uma comédia dos irmãos Farrelly", e muda-se tudo, e fica às vezes engraçado. Nunca, são sempre montagens de merda. Mas percebem a ideia. Do primeiro teaser, dum claro negrume, com frases certas, com belos planos, com belas presenças, passamos para um recauchutamento que mete em loop a música do Awakens, variações em ré menor, diálogos de pacotilha - com aquelas que prometem ser as piores escolhas de casting de sempre do universo - fugas de nave iguais às outras, menos planos da água, um frame de Mendelsohn - que nem tem direito a uma fala (???) - uma sinopse que se reduz ao que já sabíamos e no final a mama do costume. Darth Vader a bater uma no Red District. A sério amigos? Estão tão desesperados que têm de descredibilizar por completo qualquer directriz criativa, qualquer vontade nova e cair nos mesmos engodos de fã. É feio, é triste. É olhar para uma indústria que se apelida como a tal arma de destruição maciça, é ela a real Estrela da Morte, que consome tudo o que tínhamos, referências, heróis, saudades, suspiros, aventuras, sonhos, tudo dentro desta misturadora de plástico, de lixo. É olhar sem força, porque os rebeldes somos nós, e nós malta, estamos claramente a perder.

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