domingo, 30 de setembro de 2012

Tordos fofinhos

Nova época, fresca enchente de séries no céu. Manter as mais antigas a voar em harmonia com novas asas requer destreza. E sangue frio para dizer não. Os pilotos são assim os cruéis barómetros que ditam as sentenças. Aqui, o júri já mandou três embora. Vegas, uma versão fofinha de Goodfellas; The Mindy Project, projecto onde uma protagonista fofinha que quer deixar de ser cabra se esqueceu de ter piada; e por fim Elementary, remake americano fofinho, onde qualquer semelhança com a série britânica é pura coincidência. E de repente a atmosfera ficou mais espaçosa.

James Newton Howard (4)

Despachar para ir para casa

Uma coisa que ficou muito clara na última cerimónia dos Emmys - e sempre assente no discurso de Kimmel - é que celebrações desta natureza fazem cada vez menos sentido. Nós sabemos, eles sabem. Grupo de umbigos que só se vira para dentro, mas até esse virar já os enfastia. O mundo mudou. Avaliar já não precisa de vestidos ou champanhe. Há cansaço, na escrita, na genica; falta luz, falta brilho. Em nós, neles. O mundo mudou e inevitavelmente eles terão também de mudar. Resta saber quando.

domingo, 23 de setembro de 2012

Do alto e do vento

Depois de Marcelo Camelo e Mallu Magalhães, continuo a perder-me nas canções de dois. Mudei-me para agora para a Suécia, de malas e bagagens: The Tallest Man on Earth e Idiot Wind, que é como quem diz Kristian Matsson e Amanda Bergman. Se já era fã incondicional do homem, fiquei derretido de todo pela mulher. E que tem isto a ver com cinema? Tudo, tem sempre tudo a ver e neste caso tem mesmo, a dupla foi responsável pela banda-sonora de Once A Year. Fica este belíssimo Scapegoat, para ouvir devagar devagarinho.

Aí até me rendia

Ando um pouco aborrecido com o Burton mas este poster de Frankenweenie na minha sala de estar seria meio caminho para o aperto de mão.

Protecção à Terra Média


sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Quem vai salvar o ano?

Setembro é uma farra mal curada. Vem com todos os sintomas do dia a seguir: dor de cabeça, enjoo, vontade de não praticar mais o verbo, ai que dói, ai que dói. Aquelas vontade de início, aquelas expectativas do ano anterior, saíram, mais uma vez furadas. Os grandes blockbusters foram apenas isso, grandes blockbusters. Parvos eles, parvos nós que continuamos a achar que lucrar e pensar podem um dia coabitar na mesma frase. Não, e Verão de novo desilusão. Sobra o Natal para ao cair do pano salvar o mundo. E o pai desta festividade não é um gordo de barbas brancas, é um cavalheiro inglês que se chama James Bond.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

I´m Jeff Buckley

Ainda no outro dia fui parar a Buckley, devido a uma canção que vai marcar presença no novo filme dos Coen. Hoje de novo, como se tudo fosse um labirinto confuso que termina sempre em boa música. Chama-se Greetings from Tim Buckley e conta uma das histórias dentro da história.

É ser mais alto

Pensava que The Tall Man era mais um. Como aquele em que o Harry Potter de buço foge de uma senhora de preto. Pensei, fogo mas isto vai dar uma grande volta. Não deu, era só mesmo o Harry Potter de buço a fugir de uma senhora de preto. E como esse tantos outros que têm a mania que a clássica história de terror não pode inventar. Pode sim. E este homem alto, lenda de uma pequena aldeia mineira no estado de Washington, vem provar isso mesmo. O realizador do inesquecível Martyrs, Pascal Laugier, oferece uma história seguríssima, que se vai desenrolando numa avalanche de surpresas, para que o espectador nunca possa realmente expirar. Há visão e segurança que não deixam os elementos suspensos, tudo encaixa para no fim não ser aquilo. Para no fim nos deixarem desarmados com a questão e seguirem para negro. Uma das grandes surpresas do ano.

James Newton Howard (3)


Galerias de arte

O grande problema de The Expandables 2 é que se preocupa demasiado em ser memória, esquecendo-se de ser filme. É claro que eu adoro a intenção, claro que adoro as piscadelas: desde o resgate inicial - onde se tenta salvar um género - até aos cameos individuais - lobo solitário, mau com apelido de Vilain - tudo é delicioso. O problema é que se adoptou uma postura de mostruário, onde quantos mais melhor. Todos os  os heróis de outrora têm então de dar uma perninha, para o espectador suspirar. É bom suspirar, obviamente, mas também é necessário vibrar. Simon West esqueceu-se disso. "Não devíamos estar todos num museu?", perguntam no final. Não, não é preciso, o filme já é um museu.

Elas em Janeiro

A Alice está a chegar ao cinema

Ruth Wilson, talvez o meu maior beicinho no que concerne a vilãs, está em destaque na Interview. É que o seu electrizante azul está a chegar ao cinema. Inevitável amigos, inevitável.

sábado, 15 de setembro de 2012


You cut my life into pieces

Primeiro um pouco de reflexão sobre os episódios piloto que saem mais cedo. Segundo, e porque já cá canta, Last Resort, aquela série em que um submarino fica rebelde. Que tal? Bem, se esquecermos os estereótipos e uma miúda demasiado gira para estar no fundo do mar, foi um óptimo arranque. Entretenimento rápido, sem medos. Andre Braugher é um íman, que nos agarra com a facilidade de um click. Aquele discurso final é muito bem prestado. Esperemos que a série seja como ele, dura o suficiente, e se aguente à tona de água.

James Newton Howard (2)

Irritanças (2)

É o Spielberg. Como é que vos hei de dizer isto: ele nos dramas é mau. Aventura, maravilhas e tal, sim; lágrimas e outras coisas, não. Não me convence, nunca o fez. E o pior é que continua a fazê-lo com o xarope piroso que se tomava nos anos 90. Que trailer é este? Para além da vontade de rir, dá vontade rever aquele spoof dos filmes candidatos aos Óscares. Este aqui. Depois do cavalinho é Lincoln a demonstrar que o Steven está preso noutros tempos. O que neste caso não é bom. Nada bom.

Irritanças

São aqueles filmes que, só por terem uma certas e determinadas premissas, adquirem o estatuto de culto. Peixinhos da horta contra lutadores de sumo, check. Parvos contra zombies nazis. Check, check, check. O filme, o tempo, aquilo que depois se vê, não interessa lá muito. E assim temos neve, temos os clichés do género inseridos a martelo, sem subtileza nem interesse, para no fim pedirmos de volta aquela hora e meia. Há sempre aquela desculpa: não é para ser levado a sério. Poupem-me, o que não é para ser levado a sério é o anúncio do Continente em que o puto canta o Sexta-feira do Boss AC, zombies, esses, merecem o melhor de todos os respeitos.

sábado, 8 de setembro de 2012

Olha o puto da Lagoa Azul

Não é nada, estava a brincar. Parece só muito, mas esse já deve estar velhinho. Este aqui é um louro com o papel de Jay Moriarity, um jovem surfista que queria surfar a maior onda de sempre. Curtis Hanson agarra nesta história verídica que promete inspirar e, sem querer contar grande coisa - mas amigos está na cara - fazer chorar.

Porque é o que o Bane anda sempre agarrado ao colete?


Porque em criança pertenceu a um rancho folclórico.

O quebra-corações da praxe

Gostei do piloto de Revolution.

Mas também gostei do piloto de Terra Nova, e de Flashforward, e de Heroes.

E todos já sabemos como isto acaba.


quinta-feira, 6 de setembro de 2012

E o plano das escadas é um pitéu

Pequenino grande filme, nas palavras de Fassbender. Foi o tamanho que mais me surpreendeu. A forma metódica e estupidamente eficaz com que usam os espaços e os tempos. Curtos. Cumprindo a metáfora de forma vencedora e cruzando a linha mesmo ali. Para no risco, do pouco se fazer imenso.
Finda a sessão, ainda fiquei uns escuros instantes:
que tinha acontecido? 
Que aconteceu depois. 
Não sei, mas voltar a estar antes mete um medo desgraçado.

E sai um dos filmes do ano



Deixamos sempre passar mais tempo, depois do gostar muito. Depois vimos aqui com o cuidado porcelana, tentar explicar com as palavras compradas e polidas algo desenfreado e cheio de sangue. Não dá. Ou se ama, ou se detesta. É assim The Cabin in the Woods (e não podia ser de outra maneira). Ainda bem, ainda bem que nos partimos, ainda bem que discutimos. 

Esta cabana, que veio sem grandes pretensões, consegue, de um momento para o outro, ser das coisinhas mais originais e portentosas que vi nos últimos tempos. Reinventa um género usando para isso todas as convenções clássicas do mesmo, e melhor, redesenhando-nos a nós, ao nosso papel no jogo. Os espectadores. Nunca sabemos bem o que nos espera, nunca. Subimos ao máximo, ao céu, que tudo vê. As personagens essas,  são corpos, são papéis de gozo, ocos e gritantes, para que outros possam celebrar. Não foi sempre assim? Não é essa a história do grande entretém? É sim. E assim de fininho Drew Goddard oferece uma súmula que rebenta naquele final genial para nos dizer: e agora terror que vais fazer a seguir?

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Tau tau nas bruxas

Os filmes da escola Van Helsing pecam pela vontade de fundir muita coisa e dela não sair coisa nenhuma. É um híbrido high-tech, do terror e da fantasia, com os corpos definidos e os cabedais bem justos, que não assusta nem aquece. Falta sangue, falta música. E eu posso estar muito enganado mas esta versão actualizada de Hansel e Gretel vai ser areia desse mesmo saco.

sábado, 1 de setembro de 2012

Depois da lista

Kill List não deixou ninguém indiferente, para cima ou para baixo. Aqui deste lado é sempre a subir e o que segue tem o nome de Sightseers. Promete a tal marca de irreverência e reza assim.



Há um novo bófia na cidade

A sua majestade é que sabe

Um dos posts mais úteis do mês resultou numa azáfama britânica cá por casa. Dela já saiu este Murder: Joint Enterprise, uma hora em jeito de documentário, que não só tenta resolver um crime como nos dá de mão beijada os subúrbios do ser humano. Muito bom.