As ideias e os corpos estão lá. Naquele pincel que tanta falta fazia. Cronenberg é sempre ele, sendo sempre outro. Nova carne, novos orgãos. É revigorante entrar nesta arena da mutação e da evolução, e é nos seus artistas (e seus instrumentos) que o filme ganha especial interesse. Neles residem a admiração e a exploração cromática. Porque tudo o resto me pareceu demasiado cinzento. Cenários repetitivos, desinspirados e com pouca vontade de contar a história. Procuram demasiadas vezes a exposição do diálogo quando o que precisávamos era da imersão e do detalhe, do mapa visual daquele futuro. Ficamos reféns mais do palco e menos da tela, mais do nítido e menos do misterioso. Confesso que esperava um banquete. Saiu uma barrita energética para enganar a fome.
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