Pronto, lá vem mais um filme em que o marido falece e depois ela descobre um baú, com centenas de segredos que não lembram ao menino Jesus, e depois há outro mau, que está vivo, e há fantasmada que também parece má, mas que afinal só quer avisá-la: foge miúda, foge. Só que afinal não. Eu todo prepotente, a pensar que ia ver o What Lies Beneath 37, e sai-me esta maravilha de filme. Não me lembro da última vez que a pele de galinha tinha tomado posse dos meus braços ou que o peito de facto tivesse apertado, no mergulho do susto. Tudo aconteceu neste The Night House, a terceira longa de David Bruckner (depois do não menos interessante The Ritual), um esquema de luto tão fino, tão delicado na sua evolução, que quando vira - quando finalmente sussurra - surpreende na edificação de algo diferente. Algo nunca assumido, escondido nas formas - belíssimos planos do está/não está - incrustado na presença de Rebecca Hall - fabulosa, devia fazer mais terror - e, a jusante, nas nossas cabecinhas. Que boa surpresa.
segunda-feira, 11 de outubro de 2021
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