Que engraçado, ainda no mês anterior tinha visto três comédias da Netflix que juntas não faziam uma* e agora espetam-me com três terrorzadas que juntas fazem tudo e mais alguma coisa. Um calduço de luva branca, que é para não ser tão má língua. De facto não esperava um evento destes: trilogia baseada nos livros de R. L. Stine (Goosebumps), que conta a maldição de uma bruxa na azarada cidade de Shadyside. Cada filme tem uma data diferente, começamos em 1994, depois passamos para 1978 e terminamos em 1666; da "atualidade" até à origem, numa desconstrução inteligente dos contos dentro dos contos, dos mitos e lendas que criamos. Ao sair uma por semana, abdica-se assumidamente da independência de cada obra, mas por outro lado ganha-se aquele ímpeto perdido das sagas, onde cada capítulo revela e acrescenta sem nunca esquecer a base. Como o Marty McFly que regressa sempre ao presente também aqui viajamos no tempo voltando sempre ao conflito inicial. Neste festival de serial killers, o tom ligeiro é entremeado com bom gore, mortes criativas (sim a do pão) e um casal protagonista de hoje, importante (e ainda raro) nestas obras mais juvenis. Foi uma boa surpresa. Malta dos Halloweens, em vez de fazerem o mesmo filme e a mesma sequela 70 vezes seguidas (pure evil, buhhhhhh), podiam pensar numa coisinha assim, com, como é que se diz, ah já sei, interesse.
*Por vossa conta e risco: Yes Day, Fatherhood, Good on Paper
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