Lembro-me de ver primeiro teaser de A Quiet Place Part II, com o grupo a caminhar e a Emily Blunt a dar aquele passo em frente, e pensar: epá tenho saudades desta malta. Acontece-me pouco, acordar para este tipo de afeto. Compromisso que Krasinski corajosamente mantém: uma sequela de e para aquela família; prática, segura e eficaz. A mãe e os seus dois filhos continuam a ser os olhos e os ouvidos da jornada, o que nos aproxima e afunda num cosmos que merece e que tem de ser visto no silêncio da sala de cinema. [SPOILERS] Este grau de dedicação faz-me gostar ainda mais desta continuação. Quando pensamos em segundas partes, somos sempre levados para o maior. Ampliar, devorar, carregar. Aqui não, todas as armadilhas do apocalipse - entrada em jogo do exército, grupos de outros sobreviventes ainda piores que as criaturas, micro sociedades que se conseguem erguer - ou são evitadas ou então apenas assinaladas como meras passagens. Porque a história é o íntimo, o reerguer e continuar a lutar, soberbamente ilustrado naquele final de irmãos, separados mas sintonizados, a assumir o papel que o pai tinha na crença de uma resistência. A adicionar ao núcleo, um Cillian Murphy em topo de forma, a levar-nos para as dinâmicas de The Last of Us - era tão bom que a futura série percebesse os espaços e o terror desta forma - e a integrar-se de uma forma tão bonita nestes nós. Por último, e porque os últimos são sempre os primeiros, a cena inicial, o dia 1, uma aula de suspense, tempo, entretenimento e emoção. Obrigado caraças.
domingo, 30 de maio de 2021
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