Tinha acabado de arrumar o quadro de cortiça, todo embrulhadinho por causa da humidade. Pior, estava sem pioneses nem novelos de lã vermelhos em casa. Foi tudo ao ar na decoração de natal. E cai-me assim no colo este Black Bear. Lá fui á pressa desembrulhar, comprar e estou agora a olhar para esta complexa rede de acontecimentos, teorias e personagens. Caixas dentro de caixas, que podemos usar, trocar e mudar de sítio. Devíamos ter um assim por semana, para andarmos arrebitados, desafiados, com aquela vontade de conversar. Ainda por cima o filme não se fecha no puzzle, expande-se sim numa Aubrey Plaza fora de série e no impiedoso vórtice do processo criativo. A arte como sacrifício, rascunho e rascunho, de algo que nunca está bem fechado.
terça-feira, 23 de março de 2021
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