quinta-feira, 18 de março de 2021

Entre mocas com o Vampiro


Não sei se já contei esta história. Uma vez no Starbucks pedi um Caffè Mocha. E a senhora da caixa perguntou: - De que tamanho é que é a moca? - rimos todos muito e agora fica, para contar nestes momentos de convívio. Isto para dar entrada a uma moca sem unidades de medida que conduz Vampire´s Kiss. Nicolas Cage a 100%, sem gordura, como se tivesse caído em pequeno num caldeirão dele próprio e que agora a sua força fosse ele mesmo, em ácidos, com todos os tiques a bater no vermelho. Há muito tempo que não me sentia tão desconfortável. Entrei para uma comédia de terror, mas o riso passa de descontraído a nervoso nos primeiros minutos, como se estivesses a ver um músico bêbado, aos tropeções e a esquecer-se da letra. Começas a olhar para o lado, a sentir aquele formigueiro: por uma prestação completamente fora de tempo - há um momento Rua Sésamo indescritível em que ele dita o abecedário - por uma personagem espezinhada ciclicamente e por uma narrativa confusa que nunca te dá qualquer pista. O final, e seu verdadeiro horror, vem tarde e sem esqueleto: dentada que dói mas que não chega para transformar ninguém.

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