terça-feira, 30 de março de 2021

E nem vou falar daquele início


O Chris Stuckmann, a determinada altura do seu vídeo, destaca o facto de uma das cenas ser de facto uma cena. Uma peça, desenhada, pensada e montada como tal. Com espaço, para o medo mas também para nós. E The Empty Man é essa capela. Confesso que se não fosse este alerta, tinha seguido com a minha a vida, evitando o que parecia ser mais um Boogeyman ou Slender Man desta vida, com aquela pequenita do Truth or Dare e uma maldição que no primeiro dia ficas com caganeira, no segundo careca e no terceiro já gostas da filmografia do Rob Schneider. O poster não ajuda e acho que o trailer também é batoteiro. O que temos na realidade é um thriller policial sobrenatural, como The Outsider ou Fallen. Um ex-polícia de luto à procura de respostas - e salvação - para uma série de ocorrências bizarras, diretamente ligadas ao seu círculo de conhecidos. Para saber mais é entrar nesta inesperada toca de coelho: uma cinematografia belíssima, cheia de detalhe, detalhe que passa para as transições (como a do mapa!), para a estranheza, para o suspense, ali certinho no beiral da cadeira, até ao final. Até percebermos a dimensão do arrojo e do obrigatório passa a palavra.

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