Vamos lá sentar bem na cadeira: Valerian and the City of a Thousand Planets tem a melhor cena de ficção científica da década. Fazendo ainda peitos a muito bom portento que está para trás. O mercado, aquele arranque narrativo alucinante, do que vemos e não vemos. Acreditamos e desdenhamos. Ali no meio do deserto, pões os óculos e zás, um passeio pela indústria, pela história e no final ainda trazes uns brindes, ainda vês o que sobrou. E eu via já tudo de novo. Uma troca, um resgate, um ritmo impiedoso que se embrulha simultaneamente em tempo. As cenas voltam a ser cenas, senhoras com identidade, idade e memória. Besson sabe e quer dar-nos isso. Este e o outro. E a outra grande conquista da sua obra é esse movimento, tão bem recebido e desembrulhado: o CGI como parte da travessia, corpo e parede da jornada, orgânico, imersivo, sem nunca cair no cansaço automático de uma amálgama de explosões. Não, estamos na cidade dos mil planetas, que apesar de mil não deixa de ser uma. Unidade, de aventura em aventura, da dança da Rihanna ao chapéu branco da Delevingne. O resto poderia ser o serão mas é apenas a deixa, para vós, Valerians desta vida.
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