É uma festa, como a própria música indica. Maior, pois não se prende à apetecível transposição do típico para o não típico, com a barreira anónima do sketch. Criam-se laços, para que a fotografia final seja de facto a família, e aí nós podermos de facto ser um deles.
sábado, 31 de janeiro de 2015
sexta-feira, 30 de janeiro de 2015
Noturno
A chantagem ao jantar é demolidora. Mas o mais viscoso - e extraordinário - desta interpretação é a forma como ele se encolhe, já perto do final. Escondido até ao limite do ângulo; monstruoso, ausente. Não há de facto nada, e isso, sobrepõe-se ao voyeurismo, colidindo de cabeça com os nossos tremores. Isso, mete realmente medo. Gyllenhaal é o melhor, e oferece o melhor. Cada vez melhor.
Cut Away!
E o que é que falta a esta sexta-feira? Perguntam vocês. Obviamente a cena do Drop Zone em que o fininho salva o outro puto maçarico. Melhor filme de ação com paraquedas. Só não é o melhor Snipes devido ao Passenger 57. Com o mau mais malino que alguma vez pisou um avião.
quinta-feira, 29 de janeiro de 2015
Pré-escolar
Mas quem é o parvo que vai comprar uma boneca destas para dar à esposa? Porra, a sacana é do mais tenebroso que pode haver, óbvio que ia dar merda. Ainda pensei - sou grande contra argumentista - que o marido era mau, ou que o padre era da seita, ou que o bebé estava possuído. Mas não, era só mesmo mais uma tábua rasa, para ver e cuspir fora.
quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
Toca a sirene, é genial é
Reduzir Man Seeking Woman a um parágrafo otário, sobre o amor, metáforas e outras despesas da vida, parece-me de todo injusto. Idiota. É a melhor série de comédia do ano, com uma das melhores cenas de comédia de sempre (num bunker). Ainda só saíram dois episódios e ainda só estamos em janeiro. Eu sei, é assim o amor. Foda-se, idiota.
Leva lá a cena para a casa
Quatro mil quinhentas e oitenta e quatro nomeações incluindo a de melhor "tens de ver já esta merda senão morres!". Ok, ok, Birdman, sou todo teu. E pronto. Sacana do rato. Eu gosto de um bom exercício, mas o exercício tem de servir o filme e não o contrário. Regra que se aplica a pequenos malabarismos e que ganha completa forma, quando a façanha é a totalidade do conteúdo. A suposta sequência e seus tambores são uma pequena maravilha, um frenético impasse à De Palma que se encaixa. Durante algum tempo. Depois vêm os outros requisitos e aqui o passaroco nem chega a levantar voo. Precisamente porque não deixam: o fecha e abre não facilita a decisão, como se a própria obra andasse perdida, retirando a respiração necessária. O peso, se este é o teu canto, falta-te tanto peso. Tanto de visceral, na relação com o passado, com o herói que foste outrora, devia crescer, devia rasgar a tela em asombrações e projecções, destruir, sangrar; a voz, a única que temos, devia rebentar-nos a vida. Mas não, não deixam. E o mais grave é que esta brincadeira do comeback já foi feita em bom. Chamava-se The Wrestler.
sábado, 24 de janeiro de 2015
Que engraçado, são as duas sobre vírus
O sábado virou fantástico, que nem urro daqueles programas antigos da SIC. Com saltos e badochas semi nuas. Helix e 12 Monkeys, duma acentada só, duas xungalhadas da Syfy. Mas daquelas da pesada. Epá sim. A primeira porque não tem regras absolutas nenhumas, e continua, ciclicamente a reformular-se dentro do seu universo demente. Com flip-flops e outras façanhas. Gore no ponto certo. A segunda, é um bocado mais mansa e é uma cópia. Porém, tem um gajo que recua uns anos e depois volta. Viram eu a evitar o cansativa referência às palavras "viagens no tempo". Sou tão astuto.
sexta-feira, 23 de janeiro de 2015
Anyway the wind blows
Em 2012 prometi que deixava aqui, todos os anos, a intro de Tropical Heat. Falhei depois e depois. Estou a dever duas à casa, maravilha. Até devia ser mensal, que é só assim o melhor genérico com a melhor canção da melhor série de sempre. Incha.
Astrid Bergès-Frisbey
Estava a ver o I Origins e a pensar: mas de onde é que eu conheço esta macaca? Que me faz assim, por instantes, esquecer a Brit Marling?!? Só depois é que clicou. Era a sereia do último Omoplatas das Caraíbas, de quem o padre o gostava e depois andava num tanque lá de um lado para outro. Enfim, já está identificada, historial concluído; posso guardar o ficheiro em paz no meu arquivo.
quarta-feira, 21 de janeiro de 2015
Piada um bocado relacionada com os Óscares
O Imposto Municipal sobre Imóveis era passado da cabeça. Gritava, partia tudo, empurrava e batia. Cuspia, e ninguém percebia. Era um louco, para os outros habitantes da aldeia. Um dia juntaram-se todos para o expulsar do pequeno sítio. Ele, amedrontado, prometeu que iria mudar. A partir desse dia começou a fingir-se normal, respeitável e amável. Porém, o bombeiro Tiago sabia que aquilo era só fachada e dizia que ele estava a jogar.
Sabem qual é o filme?
O Jogo do IMI tá são.
Janela indiscreta das viagens no tempo (ui que polémico!)
Não vou estender a passadeira. Fartos dela andam vocês: lá vem o pastel das viagens no tempo. Hoje salto o resumo, palavras-chave e introdução. Directo ao método de Time Lapse, que praticamente me caiu no colo. Nunca antes ouvido ou conhecido, apareceu gordinho a pedir carinho. Em boa hora. E continuo sempre de renovada fé porque encontram-se sempre novos rumos. Mesmo dentro de tamanho cubículo. Os atores não são a última maravilha da indústria mas o mecanismo simplista das fotografias, um único cenário e um final extraordinário, fazem desta obra uma instantânea gema. Espectáculo.
sexta-feira, 16 de janeiro de 2015
Sempre confiei em ti
Lance Reddick sabe escolhê-los. The Guest e John Wick. Ligação reforçada numa dupla que tomou de assalto as boxes. Férteis exemplos do ano, do sítio e do que queremos. Foda-se é isto mercenários maricas. Custa assim tanto. Se calhar custa. Até porque o que mais admiro em John Wick é conseguir quebrar as regras. Assumir o herói como personagem, do filme dentro do filme - lembrei-me de Last Action Hero - do nome que todos já conhecem, que sabem. A cena com o polícia é qualquer coisa de genial: ah ok voltaste a trabalhar, então não te empato mais. Como quem diz: vai lá entreter estas pessoas que isto é tempo morto. Para além de saltar a barreira tem a melhor cena de ação de 2014, um festival sensual de corpos e sangue, suave, como assim deve ser. Parecia um cachopo, a olhar para tudo, guloso, enquanto a música ferrava, para não mais sair. Espectáculo.
quinta-feira, 15 de janeiro de 2015
Críticos do Público dão uma estrela às nomeações dos Óscares
Tem mesmo de ser? Sim é melhor. E pronto, é um bocado como as notícias do calor em outubro com obesos na praia. Podem ser do ano passado que ninguém nota. Assim a lista dos ilustres, nas categorias enjoativas que a Academia gosta, oferecendo a fugaz ilusão de heterogeneidade. Filme verídico espeta secas sobre racismo, check. Filme de guerra mais ou menos inglês, check. Filme de guerra mesmo americano, check. Uma mente brilhante parte 2, um filme qualquer do atchim nharritu - não interessa nunca o que é - e uma obra de autor (sim eles importam-se muito), check, check, check. O filme que já ganhou, check. E o porquinho Babe, check.
Uma nota de espanto e outra de revolta. A primeira o facto de Boyhood ser um bom filme, coisa rara nas últimas trampas que têm levado o mastodonte. A segunda Whiplash ser o porquinho. Não merecia, tem pujança a mais para isso, para a pequenez fofinha da misericórdia. É seco, musicado até à exaustão, com as notas a bater obssessivamente, até sangrar. Outra vez, outra vez, outra vez. Mas pronto, calha a todos. É pôr bem alto e quando voltarmos já passou.
Longa vida à série! (Parte 2)
10 – Friends
Enquanto uns são esquecidos, outros são constantemente recordados. Nunca saem realmente de moda, quer nas reposições, referências ou visibilidade dos protagonistas. Terminaram há 20 anos, mas todos os anos lá temos novas listas, novos momentos, novos rumores de reunião e, claro, nova maratona dos episódios todos de seguida, que usualmente termina em desidratação e urgências. Mas não deixa de ser muito engraçado. Não é, mas prosseguindo, de todas as celebrações dos 20 anos esta é capaz de ter sido a mais notada, falada e comentada. Para onde quer que se olhasse lá estavam eles, citações, abraços, choradinhos e aquele fado de que nunca mais uma comédia voltará a ter aquele impacto. Até abriram um Central Perk de verdade, onde uma horda de saudosistas se podem sentar no sofá laranja, tirar fotografias e beber café, como os verdadeiros fictícios faziam. Loucura. As filas são de facto extensas para se poder compreender tamanho impacto. “So no one told you life was gonna be this way” alertavam logo os Rembrandts, no seu I´ll Be There For You, como antevendo a surpresa do seu gigantismo. Quando se começa a escrever, nos inícios da grafite, quando a série ainda se chamava Insomnia Cafe – sim tinha esse nome – David Crane e Marta Kauffman não deviam sonhar ou projectar dez temporadas, dez anos, 236 episódios e mais de 60 nomeações aos Emmys. Certo é que aqui estamos, com as caixas na prateleira e com constantes reposições televisivas. Até tivemos direito à versão dobrada em português, ainda nos anos 90, que era tão boa ou melhor que a versão original. Obviamente, que analisar 10 anos de vida- muita moda correu - não é traçar uma curva exponencial ou outra recta, anos de muita saúde e depois a idade, inevitável perda de fulgor. Mas o conjunto é algo que neste caso sempre falará mais alto, muito devido, em parte a esse sentido colectivo de união, sempre cultivado quer pela ficção quer pelos actores, mas também pelo modo como acertaram nos 6 protagonistas. Uniformidade colectiva presente numa individualidade que se espelhava nesta ou noutra forma em cada espectador. Memorável.
15 – E.R.
Ai os dramas médicos. Eternos corrupios de doenças, de portas que abrem e fecham, apressadas no bip bip dos ritmos cardíacos, do sangue e da entrega. Máscaras e toucas que escondem bonitões solteiros, com problemas emocionais e um problema maior: deixar de ser solteiro. Orgânica que tem sempre grandes hipóteses de aguentar a maratona. Diferenciar dentro de um ambiente comum, pouco conhecido mas familiar a todos. É o passar a linha e espreitar, não só as vidas mas os casos, fonte inesgotável de inspiração. Não há fim à vista quando falamos de doença, o House que o diga. Mas voltemos a 1994 e à estreia de E.R., série da NBC criada por Michael Crichton e pensada inicialmente, por este e Steven Spielberg, para o formato cinema. Desse conceito saltaram para um piloto televisivo, inicialmente condenado por muitos velhos: não resulta, demasiado filme, demasiado movimento, demasiado tenso. O resultado foi o oposto e as longas sequências por diversas salas, personagens e acontecimentos marcaram o universo televisivo dos anos 90 e prenderam ao sofá um número incontável e interminável de fãs. Escrever história é isso: depois de retirar os prémios (mais de 100), os episódios (mais de 300), as temporadas (15), as estrelas formadas (George Clooney, Juliana Marguiles, Anthony Edwards, Noah Wyle, etc) e os recordes alcançados (drama médico mais tempo no ar, entre outros) ficar a ideia de uma era, de uma marca. Pensar nos anos 90 do pequeno écran é, inevitavelmente, pensar em E.R.
20 - Kommissar Rex
Parece-me importante referir neste começo que existe uma border collie que consegue identificar cerca de 1000 palavras. É só uma dica, para quem quiser fazer nova aventura canina não tão quadrada, com os pastores alemães. Depois tenho de escrever algumas linhas que no seu conjunto poderão ser tidas como “enorme aborrecimento” mas que servem para contextualizar e justificar o porquê do glorioso número 20. Desde lá até cá, sem parar. Vinte anos? Não pode ser! Pois lá está, o que aconteceu foi o seguinte: originalmente a série era feita na Áustria e tal aconteceu desde 1994 até 2004. Depois, em 2008, a série regressou mas agora com roupagem italiana e existe até aos dias de hoje. Isso não vale, pensam. Então não vale, se os Trovante podem comemorar 35 anos de carreira já não existindo, também o Rex pode saltar este hiato e assumir-se na vintena. Número bonito e impressionante para este melhor amigo do homem, que ladrou na SIC alcançando um enorme (e inesperado) sucesso. De tal forma que, como regressou lá, também regressou cá e em 2013 à estação de Carnaxide, com as suas novas temporadas e agora com a apetecível dobragem. Dava de manhã, para a pequenada. Até hoje, Rex teve 6 parceiros, 1 spin-off (Stockinger), uma versão polaca (Komisarz Alex) e uma versão portuguesa que se chamava Inspector Max, da TVI. Também esta com 20 temporadas. Brincadeirinha, foram só duas.
Não deixa de ser interessante, com todas as suas limitações, estabelecer um padrão de tempo de vida com base nos géneros e espécies. O íntimo, pessoal e polémico acaba por ser o primeiro condenado, seguindo-se o género mal-amado, depois o drama familiar, que acaba por se consumir nele próprio passados 5 ou 6 anos. A comédia elástica, estica, estica, estica, e por fim os casos da semana, médicos e policiais, eterno duelo que ainda hoje está para as curvas. Com a rapaziada dos crachás a levar alguma vantagem. Será assim para sempre? Será a maioria voraz por muitas e não grandes histórias? Será um episódio sozinho, repetidas vezes, o santo graal da televisão? Eu penso que sim, mas começaram este ano tantas outras ficções, vamos ver onde elas chegam e daqui a 20 anos confirmamos.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
terça-feira, 13 de janeiro de 2015
Cartaz oficial do I Congresso Internacional de Cusacks
É já nos próximos dias 27 e 28 de junho de 2015, no Centro de Congressos do Estoril, que terá lugar o I Congresso Internacional de Cusacks. Já com alguns Cusacks de peso confirmados relembramos que continuamos à procura de artigos, posters e comunicações orais para enriquecer estes dois dias de partilha, saber e cinema. Mais novidades em breve.
Pintado à mão
Tenho um problema, quando se trata de rir. Sou complicado, não digo que pareço uma gaja porque aí ia parecer sexista, machista, la la la. Complexo e misterioso, como elas gostam, e lá está o porco do estereótipo de novo. Comédias puras, lá sai uma gargalhada, mas se for cruzamentos, ui, ainda pior. Então Housebound, que consegue encontrar um equilíbrio tão apurado, tão sossegado e pacífico, que chega a gritar milagre. Delicado na forma como mistura o caricato e o assustador, fazendo desta união o único sentido, linguagem universal. E resulta. Parece fácil, mas é tarefa monstruosa de um realizador empenhado e artesanal, de um conjunto de atores de topo - porra Morgana O´Reilly! - e de uma reinvenção do dicionário do fantasmagórico. Genialmente divertido, é uma das grandes surpresas cinematográficas de 2014.
segunda-feira, 12 de janeiro de 2015
Parolos de Ouro
What the fuck is SIC Caras? Qual é o sentido de um canal só com grandes planos? Fogo, esta foi muito boa não foi? Mas pronto, não tenho este canal choné, sou da concorrência e assim não pude assistir. Porém já me fui informar. E não percebo qual é a ideia de rotular Ruth Wilson como surpresa? Quem é que ficou surpreso? Só se for de boca aberta pela justiça, porque desde Luther que não há dúvida: melhor adição feminina à televisão da última década. E o que ela faz em The Affair é igualmente genial, uma representação dupla, contida ou explosiva, solta ou sofrida, é avassalador. Uma presença, uma figura. A chorona e as outras que me perdoem, mas não há hipótese.
Terra Média Salgada
O Tozé Martinho da Nova Zelândia presenteia-nos então com o seu suposto cisne cantante. Bateu no tecto: com o seu umbigo gordo, às vezes magrinho, cheio de si mesmo, dos mesmo planos e de um bacoquismo sem precedentes. O amor virou gula. O encanto virou avareza. E nós no meio, de intermináveis planos de luta, que respiram cansaço, sem personagens, sem inteligência, sem um pingo. Chega a ser criminoso, transformar estas páginas em tamanha novela, mas não outro descritivo: o gajo mata logo o dragão, depois vão chegando exércitos para dar sentido ao título. A elfa gosta do canocha, mas não dá, o Legolas botox não deixa. Porque também gosta dela. À noite vão os dois ver os morcegos numa ação de Ciência Viva no Verão. Entretanto o rei dos baixinhos fica maluco e trata mal um dos outros baixinhos, os outros 36 não abrem a boca. Os bons vão dar tau tau uns nos outros mas chegam os maus e todos vão bater nos maus. Inclusive os coelhos, os ursos e as águias-de-bonelli. O maluco deixa de estar maluco e pede ao Killi, Trilli, Koki, Cholililó, Ranheta e Brobró (filho de Brébré) que o acompanham para matar o Orc que tem a cara toda fodida. Falta uma hora. Pumba, pimba, Orlando Bloom na cena mais rídicula do ano a subir uns tijolos tetris que vão caindo, gelo, e está ganho. Os romances ou arcos narrativos complicados de desenrolar são resolvidos limpando o sebo aos pequeninos em questão. O Bilbo volta a casa. Toca a música do Shire para nos sentirmos bem. Fim. Ou assim o esperamos.
domingo, 11 de janeiro de 2015
Bocas de apito
Um Cubo de Rubik. Caótico e desordenado, dentro da sua própria forma. A anarquia das cores não lhe tira unidade, e vai se mutando. Vermelho pr'a cima, obrigando um verde a saltar de face. Todos os dias, dia a dia. Porque afinal as pequenas peças gostam de ali estar, é a sua orgânica. E inspiram, e expiram, como se de ar puro se tratasse. Uma vez por ano alguém agarra nelas todas; são tantas, como? O cubo tolos, agarra em todas no cubo e alinha as cores. O amarelo pode finalmente estar no vértice do laranja. Pode finalmente. Parece um jogo, mas é mais. Os TCN são mais, são a magia cúbica de uma blogosfera arco-íris. Que continuamente se renova, que continuamente persiste. Que se sintoniza, sem pressões, sem merdas, para rir e conhecer. Para manter viva a ciclicidade apaixonada. Com rasgos únicos, que nos fazem recordar gala a gala. Uma enorme Tuxa, um apresentador (sempre) em grande forma, posters do caraças e o melhor vídeo do ano (autoria do tio Xunga) fazem desta única. Como as outras. Parabéns a todos, em especial ao TVDependente, minha eterna casa - obrigado malta! - e ao Carlos, incansável comandante, obrigado, não só pela oportunidade dos separadores, mas por manteres o cubo montado. Agora toca a baralhar. Para o ano há mais.
domingo, 4 de janeiro de 2015
sábado, 3 de janeiro de 2015
Para o carro, e para a vida
Mason,
I wanted to give you something for your birthday that money couldn’t buy, something that only a father could give a son, like a family heirloom. This is the best I could do. Apologies in advance.
I present to you: THE BEATLES’ BLACK ALBUM.
The only work I’ve ever been a part of that I feel any sense of pride for involves something born in a spirit of collaboration — not my idea or his or her idea, but some unforeseeable magic that happens in creativity when energies collide.
This is the best of John, Paul, George, and Ringo’s solo work, post-BEATLES. Basically I’ve put the band back together for you. There’s this thing that happens when you listen to too much of the solo stuff separately — too much Lennon: suddenly there’s a little too much self-involvement in the room; too much Paul and it can become sentimental — let’s face it, borderline goofy; too much George: I mean, we all have our spiritual side but it’s only interesting for about six minutes, ya know? Ringo: He’s funny, irreverent, and cool, but he can’t sing — he had a bunch of hits in the ’70s (even more than Lennon) but you aren’t gonna go home and crank up a Ringo Starr album start to finish, you’re just not gonna do that. When you mix up their work, though, when you put them side by side and let them flow — they elevate each other, and you start to hear it: T H E B E A T L E S.
Just listen to the whole CD, OK?
I guess it was the fact that Lennon was shot and killed at 40 (one of Lennon’s last fully composed songs was “Life Begins at 40,” which he wrote for Ringo — I couldn’t bring myself to include it on the mix as the irony still does not make me laugh) and that I just turned 40 myself that conjured this BLACK ALBUM. I listen to this music and for some reason (maybe the ongoing, metamorphosing pain of my divorce from your mother) I am filled with sadness that John & Paul’s friendship turned so bitter. I know, I know, I know, it has nothing to do with me, but damn it, tell me again why love can’t last. Why do we give in to pettiness? Why did they? Why do we so often see gifts as threats? Differences as shortcomings? Why can we not see that our friction could be used to polish one another?
I read a little anecdote about when John’s mother died:
He was an angry teenager — a switchblade in his pocket, a cigarette in his lips, sex on his mind. At a memorial service for his “unstable” and suddenly dead mom (whom he’d just recently been getting close to), he — pissed off and drunk — punched a bandmate in the face and stormed out of the memorial reception. Paul, several years his junior — a young boy, really, who didn’t yet care about girls, who was clearly UNCOOL, and who was let into the band despite his lack of badass-ness and sexual prowess due to the fact that even at 14 he could play the shit out of the guitar — chased John out onto the street saying, “John, why are you being such a jerk?”
John said, “My mum’s fuckin’ dead!”
Paul said, “You never even once asked me about my mum.”
“What about her?”
“…My mum’s dead too.”
They hugged in the middle of the suburban street. John apparently said, “Can we please start a fucking rock ‘n’ roll band?”
This story answered a question that had lingered in my brain my whole music-listening life: If The Beatles were only together 10 years and the members of the band were so young that entire time, how did they manage to write “Help,” “Fool on the Hill,” “Eleanor Rigby,” “Yesterday,” “A Day in the Life”? They were just 25-year-old boys with a gaggle of babes outside their hotel room door and as much champagne as a young lad could stand. How did they set their minds to such substantive artistic goals?
They did it because they were in pain. They knew that love does not last. They knew it as extremely young men.
With the BLACK ALBUM, we get to hear the boys write on adult life: marriage, fatherhood, sobriety, spiritual yearning, the emptiness of material success — “Starting Over,” “Maybe I’m Amazed,” “Beautiful Boy,” “The No No Song,” “God” — and still they are keenly aware of this fact: Love does not last.
I don’t want it to be true. I want Lennon/McCartney to write beautifully together forever, but is that really the point? I mean if the point of a rose was to last forever, it would be made of stone, right? So how do we handle this idea with grace and maturity? If you’re a romantic like me, it’s hard not to long for some indication of healing between the two of them. All signs point that way.
When Paul went on SNL recently, he played almost all LENNON. And he did it with obvious joy.
Listen to McCartney’s “Here Today.”
Can you listen to “Two of Us” (the last song they wrote side by side) and not hurt a little? What were those two motherless boys who hugged in the middle of the road so long ago thinking as they wrote “The two of us have memories longer then the road that stretches out ahead”?
The dynamic of their breakup, like any divorce, is mysterious. Some say that Paul, the pupil, had surpassed John, the mentor, and they couldn’t reach a new balance. Some say Paul was a little snot who bought the publishing rights out from underneath the other three. Others say without Brian Epstein there was no mediator between their egos. Who knows.
I played Samantha “Hey Jude” the other day, and of course she listened to it over and over. I told her the song had been written by McCartney for Lennon’s son after Lennon’s divorce and she listened even more intently. George once said that “Hey Jude” was the beginning of the end for the Beatles. Brian Epstein had just died and John & Paul were left alone to run the brand-new Apple label. They recorded “Hey Jude” and “Revolution” as a single. Normally, Brian would decide which song was the A-side and which was the B-side, but now it was up to the boys. John thought “Revolution” was an important political rock song and that they needed to establish themselves as an adult band. Paul thought “Revolution” was brilliant but that The Beatles were primarily a pop band and so they should lead with “Hey Jude.” He knew it would be a monster hit and that the politics should come on a subversive B-side. They had a vote. “Hey Jude” won 3-1. George said that John felt Paul had pulled off a kind of coup d’etat. He wasn’t visibly upset but he began to withdraw. It was no longer his band.
The irony/punch line of this story is another story I once heard: When the “Hey Jude”/”Revolution” single was hot off the press, the boys had the mischievous idea of bringing their own new single to a Rolling Stones record-release listening party. Mick Jagger says that once the Fab Four arrived and let word of their new single slip — just as Side 1 of the Stones’ big new album was finishing — everyone clamored to hear it. Once The Beatles were on, they just kept flipping the single over and over. Side 2 of BEGGARS BANQUET never even found the needle.
So no matter how mad John was, he wasn’t that mad…
Once when John was asked whether he would ever play with Paul again, he answered: “It would always be about, ‘Play what?’ It’s about the music. We play well together — if he had an idea and needed me, I’d be interested.”
I love that.
Maybe the lesson is: Love doesn’t last, but the music love creates just might.
Your mom and I couldn’t make love last, but you are the music, my man.
“And in the end, the love you take is equal to the love…”
I love you. Happy birthday.
Your Dad
I wanted to give you something for your birthday that money couldn’t buy, something that only a father could give a son, like a family heirloom. This is the best I could do. Apologies in advance.
I present to you: THE BEATLES’ BLACK ALBUM.
The only work I’ve ever been a part of that I feel any sense of pride for involves something born in a spirit of collaboration — not my idea or his or her idea, but some unforeseeable magic that happens in creativity when energies collide.
This is the best of John, Paul, George, and Ringo’s solo work, post-BEATLES. Basically I’ve put the band back together for you. There’s this thing that happens when you listen to too much of the solo stuff separately — too much Lennon: suddenly there’s a little too much self-involvement in the room; too much Paul and it can become sentimental — let’s face it, borderline goofy; too much George: I mean, we all have our spiritual side but it’s only interesting for about six minutes, ya know? Ringo: He’s funny, irreverent, and cool, but he can’t sing — he had a bunch of hits in the ’70s (even more than Lennon) but you aren’t gonna go home and crank up a Ringo Starr album start to finish, you’re just not gonna do that. When you mix up their work, though, when you put them side by side and let them flow — they elevate each other, and you start to hear it: T H E B E A T L E S.
Just listen to the whole CD, OK?
I guess it was the fact that Lennon was shot and killed at 40 (one of Lennon’s last fully composed songs was “Life Begins at 40,” which he wrote for Ringo — I couldn’t bring myself to include it on the mix as the irony still does not make me laugh) and that I just turned 40 myself that conjured this BLACK ALBUM. I listen to this music and for some reason (maybe the ongoing, metamorphosing pain of my divorce from your mother) I am filled with sadness that John & Paul’s friendship turned so bitter. I know, I know, I know, it has nothing to do with me, but damn it, tell me again why love can’t last. Why do we give in to pettiness? Why did they? Why do we so often see gifts as threats? Differences as shortcomings? Why can we not see that our friction could be used to polish one another?
I read a little anecdote about when John’s mother died:
He was an angry teenager — a switchblade in his pocket, a cigarette in his lips, sex on his mind. At a memorial service for his “unstable” and suddenly dead mom (whom he’d just recently been getting close to), he — pissed off and drunk — punched a bandmate in the face and stormed out of the memorial reception. Paul, several years his junior — a young boy, really, who didn’t yet care about girls, who was clearly UNCOOL, and who was let into the band despite his lack of badass-ness and sexual prowess due to the fact that even at 14 he could play the shit out of the guitar — chased John out onto the street saying, “John, why are you being such a jerk?”
John said, “My mum’s fuckin’ dead!”
Paul said, “You never even once asked me about my mum.”
“What about her?”
“…My mum’s dead too.”
They hugged in the middle of the suburban street. John apparently said, “Can we please start a fucking rock ‘n’ roll band?”
This story answered a question that had lingered in my brain my whole music-listening life: If The Beatles were only together 10 years and the members of the band were so young that entire time, how did they manage to write “Help,” “Fool on the Hill,” “Eleanor Rigby,” “Yesterday,” “A Day in the Life”? They were just 25-year-old boys with a gaggle of babes outside their hotel room door and as much champagne as a young lad could stand. How did they set their minds to such substantive artistic goals?
They did it because they were in pain. They knew that love does not last. They knew it as extremely young men.
With the BLACK ALBUM, we get to hear the boys write on adult life: marriage, fatherhood, sobriety, spiritual yearning, the emptiness of material success — “Starting Over,” “Maybe I’m Amazed,” “Beautiful Boy,” “The No No Song,” “God” — and still they are keenly aware of this fact: Love does not last.
I don’t want it to be true. I want Lennon/McCartney to write beautifully together forever, but is that really the point? I mean if the point of a rose was to last forever, it would be made of stone, right? So how do we handle this idea with grace and maturity? If you’re a romantic like me, it’s hard not to long for some indication of healing between the two of them. All signs point that way.
When Paul went on SNL recently, he played almost all LENNON. And he did it with obvious joy.
Listen to McCartney’s “Here Today.”
Can you listen to “Two of Us” (the last song they wrote side by side) and not hurt a little? What were those two motherless boys who hugged in the middle of the road so long ago thinking as they wrote “The two of us have memories longer then the road that stretches out ahead”?
The dynamic of their breakup, like any divorce, is mysterious. Some say that Paul, the pupil, had surpassed John, the mentor, and they couldn’t reach a new balance. Some say Paul was a little snot who bought the publishing rights out from underneath the other three. Others say without Brian Epstein there was no mediator between their egos. Who knows.
I played Samantha “Hey Jude” the other day, and of course she listened to it over and over. I told her the song had been written by McCartney for Lennon’s son after Lennon’s divorce and she listened even more intently. George once said that “Hey Jude” was the beginning of the end for the Beatles. Brian Epstein had just died and John & Paul were left alone to run the brand-new Apple label. They recorded “Hey Jude” and “Revolution” as a single. Normally, Brian would decide which song was the A-side and which was the B-side, but now it was up to the boys. John thought “Revolution” was an important political rock song and that they needed to establish themselves as an adult band. Paul thought “Revolution” was brilliant but that The Beatles were primarily a pop band and so they should lead with “Hey Jude.” He knew it would be a monster hit and that the politics should come on a subversive B-side. They had a vote. “Hey Jude” won 3-1. George said that John felt Paul had pulled off a kind of coup d’etat. He wasn’t visibly upset but he began to withdraw. It was no longer his band.
The irony/punch line of this story is another story I once heard: When the “Hey Jude”/”Revolution” single was hot off the press, the boys had the mischievous idea of bringing their own new single to a Rolling Stones record-release listening party. Mick Jagger says that once the Fab Four arrived and let word of their new single slip — just as Side 1 of the Stones’ big new album was finishing — everyone clamored to hear it. Once The Beatles were on, they just kept flipping the single over and over. Side 2 of BEGGARS BANQUET never even found the needle.
So no matter how mad John was, he wasn’t that mad…
Once when John was asked whether he would ever play with Paul again, he answered: “It would always be about, ‘Play what?’ It’s about the music. We play well together — if he had an idea and needed me, I’d be interested.”
I love that.
Maybe the lesson is: Love doesn’t last, but the music love creates just might.
Your mom and I couldn’t make love last, but you are the music, my man.
“And in the end, the love you take is equal to the love…”
I love you. Happy birthday.
Your Dad
(retirado daqui)
sexta-feira, 2 de janeiro de 2015
Lembrai-vos
Dos 3871 tops de 2014 que vi, nenhum, mas mesmo nenhum, trazia Calvary nas suas linhas. Se trazia por favor não digam porque assim este lamento perde de imediato seu propósito. E lá está, lamento, será mesmo lamento? Será que a minha fé de facto queria esta justiça bacoca? Será que o Oscar para Brendan Gleeson - que sim é o melhor papel dos anos todos - não iria amortecer esta minha devoção? Sei lá. É um estrondo de filme, com uma banda sonora poema, que filma um mundo não maravilha. Mau, mesquinho, merdoso. Merece tudo, mas merece acima de tudo ser visto.
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