quinta-feira, 31 de julho de 2014
Do not despair; one of the thieves was saved.
Não é a penitência religiosa que mais magoa. Estão lá, é certo, os pecados da instituição e a ausência das culpas. A impotência dos pequenos aos intocáveis. O desespero. Tudo lá, claro. Mas não é isso que mais magoa. Não é isso. A pena gritante é a de um homem bom perante o resto. Culpado por ser bom. Porque a carne é assim, cruel, rude, baixa. Não são os irlandeses, não são línguas, ou raças. É mesmo a carne podre, no centro da massa, a fazer girar tudo sem máscaras nem tintas. As pessoas são assim e magoa ver tamanha verdade contada com tamanho empenho. Um dos grandes filmes do ano.
quarta-feira, 30 de julho de 2014
Fiquei distruído
Michael Bay e seus Transformers criaram toda uma nova gama de coisas: os filmes que distroem. Fusão hábil entre distrair e destruir. Já não podemos simplesmente desligar e comer a bela da pipoca porque o neurónio não se senta: ora é sinapse do bad acting, sinapse da bandeira, sinapse da gaja boa, sinapse do boom boom boom, sinapse do rebenta e parte. Sempre abertos, que nem cerebrais campos de tortura.
terça-feira, 29 de julho de 2014
Ao que eu respondo sem efeito: epá ainda são uns bons milhões
Sempre que explico a alguém a sinopse de The Leftovers há um silêncio introspectivo. Depois segue-se a conclusão/desilusão: mas 2% não é assim tanta gente...
segunda-feira, 28 de julho de 2014
Need for soro
"Aprende-se muito sobre as pessoas depois de se ter sido atingido por um camião." Enorme dito que nos chega dessa soberba obra oca, sobre nada e sobre tudo, que se refugia no típico (e igualmente vazio): é bom se gostares de carros.
Ele queria ser uma morsa
Kevin Smith chama-lhe True North Trilogy. Fora do comum, de acordo com as sinopses e muito de acordo com a primeira amostra: Tusk, a fusão tresloucada entre The Human Centipede e Misery. Muito, quero, muito.
quinta-feira, 24 de julho de 2014
Sombras do básico
Dakota com algo de Stone. Até pode ser do cabelo, mas o sal pisca e arde. O resto, bem o resto são sombras, clubes amestrados de sexo, do sexo escondido nos VHS de prateleira. Apetecível, a escorrer suor e porcarias, como assim deve ser. Tão real e orgásmico como qualquer suspiro de saudade.
quarta-feira, 23 de julho de 2014
Para ti tudo
O Ethan Hawke ensinou-me uma grande lição: ajuda sempre. Se ajudares sempre um dia serás recompensado. E não é preciso seres bom, basta seres sério, como diz o Úria. Ele lá foi e no final, aqueles latinos não o mataram. Em sinal de agradecimento vejo tudo. Vampirada, bodegada, porrada, tudo. Acordo e olho para o cardápio, deixa lá ver o que este maroto me reservou para hoje: ui nada mau, uma mistura de Timecop com The Adjustment Bureau, que ainda por cima tem uma prima da Jodie Foster em início de carreira.
É água de mar, é mar salgado, é halite e cloreto sódio
Mete só novelas. Ainda assim é um projecto que abraço com muito carinho. É simples: meter as personagens femininas a tomar a pílula para ver até onde é que a narrativa aguenta.
terça-feira, 15 de julho de 2014
Inimigo uma ova
Desde Resolution que o meu miolo não era bicado desta maneira. É para isso que servem, no fundo, os bons, ficar muito para além da hora. Mas o bar já fechou. Aí é que está, só agora abriu. Nas janelas, nos quartos, nas estradas, enquanto apenas um corpo oco se arrasta: a matutar. Assim, todo o dia, sem conseguir de facto chegar a muito mais. Enemy é um filme magnífico, que merece segundo e terceiro visionamentos. Até lá os esquissos, sem ordem nem consistência e com muito pouca matéria lida.
A cena inicial é o final. Já depois da aranha, com a chave na mão e o porteiro que pede para ir com ele. Como se encaixa com o verdadeiro fim, no quarto, não percebi ainda. Estes primeiros destroços são cruciais. O telefonema da mãe, a dizer que gostou da sua nova casa mas que ele não pode continuar a viver assim, que está preocupada. O que aconteceu então para ele chegar aquele ponto? Na minha opinião, o acidente, que vitimou a sua amante e causou o divórcio, destroçou a família que ele ia construir - daí a foto rasgada, sem a esposa. Outra hipótese é ter sido ela própria a morrer. Seja como for assistimos a um homem assombrado que se tenta corrigir, voltando atrás e aceitando a identidade que nunca devia ter deixado. A rotina, o tique taque, o ser engolido sem o medo e a adrenalina.
Vou agora dar uma volta e partir mais um pouco de pedra. Até lá escrevam e opinem. Depois bebemos a imperial.
segunda-feira, 14 de julho de 2014
Categorias que nunca mudam
A prequela de Into the Wild, que logicamente tem o nome de Wild, traz consigo não só um poster e um trailer, como aquele ruminar irritante da suposição. Antigamente, para as tontinhas ganharem óscares tinham de engordar, colocar narizes falsos e perucas. Agora, basta não pôr base de manhã, basta vestir as calças de fato de treino e a tusa aparece logo: epá que papelaço, está mesmo diferente.
quinta-feira, 10 de julho de 2014
Temos menino?
Não sei se é dos cães ou do simples facto da melodia de Max Richter me levar directo a Truman Sleeps. Pode ser de ambos, pode não ser de nenhum. Agora que anda aqui um campo magnético qualquer ai isso anda.
quarta-feira, 9 de julho de 2014
Sempre a estragar
Acordei a gritar. Mais um pesadelo? - perguntou a Scarlett. Sim. O Ridley Scott de novo? - voltou a questionar, na compreensão da festinha. Sim. Todas as noites o mesmo. O último o pior: nele o rebenta mitologias e rebenta boas histórias preparava-se para rebentar a Bíblia. Tive de ir logo ver O Príncipe do Egipto de emergência.
terça-feira, 8 de julho de 2014
segunda-feira, 7 de julho de 2014
Depois de Maléfica
Bem, logo depois, tive de apanhar a pilinha e voltar a pô-la. Filme neo-disney dos pés à cabeça, que esquece as boas velhas regras para se remeter ao olho cheio. Afinal era assim. Podia ter sido assim mas com personagens, acho que ficava mais porreiro: a Jolie é como o Depp, cada vez pior, a pita parece que comeu cogumelos mágicos, o pai parece que está bêbado - daqueles bêbados violentos - e o príncipe parece dos One Direction. Dito isto resta-nos esperar que o nova pareceria Angelina/Disney, Cruela, seja algo mais consistente. A sinopse promete: Cruela, uma aristocrata boazinha e simpática vê o seu caniche ser assassinado por um dálmata vadio. A partir desse dia ela esquece os sentimentos e jura vingança contra todas as quatro patas sarapintadas. Mas será ela capaz de ser verdadeiramente cruel quando percebe que a salvação para a leishmaniose poderá estar num conjunto de 101 dálmatas marotos e fofinhos?
sexta-feira, 4 de julho de 2014
Si ou nopse?
Memento namora com 50 First Dates que por sua vez tem um caso escaldante com Shattered. Si.
quinta-feira, 3 de julho de 2014
Estava a ver que não
Silicon Valley pôs-me a rir como eu já não me ria desde que achava piada ao Eddie Murphy. Elenco genial, diálogos no ponto e um logotipo bonito. Simples, mas bonito.
Perigo Cangurus
Assumidamente mais do mesmo mas não menos divertido. Agora com uma lógica mais assente na estrada, asfalto, terra. Nas terras de ninguém que pertecem aos loucos e cangurus. Saltitando inteligentemente de presa em presa, de gota em gota. Porque o fim dos dias é de facto assim tão quente.
quarta-feira, 2 de julho de 2014
Agora sim o canto do cisne
À terça-feira, as 11 pessoas que gostam de The Killing no Alentejo Litoral juntam-se para debater passado, presente e futuro. Estou lá, sim, membro fundador. Eu, o meu irmão, tio e amigo. Os outros sete são irmãos, tios e amigos do amigo. O que interessa é a força, nunca deixar de acreditar na renovação certa depois de um cancelamento bruto. Uma, duas vezes. Ninguém nos pára. Força malta, é para rebentar.
terça-feira, 1 de julho de 2014
Inesquecível a neve no cabelo de Green
Chegou ao fim, com uma daquelas perguntas que encaixa em qualquer monstro. Para que o espectador possa também reflectir com ela. É que apesar de já sabermos a sua resposta demoramos deliciosamente a encontrar a nossa. Até para o ano Penny Dreadful.
Sim, tem cena épica com música para postar daqui a uns meses
Sim, X-Men: Days of Future Past traz de novo o bom nome à velha guarda mutante. Porém faltam não só os diálogos pujantes de X-Men 2 como os mecanismos habilidosos das viagens no tempo. Então Singer, faltaste às aulas do time travel? Onde está o ir e vir? O paradoxo? O eu pequenino? O alterar pequenos e insignificantes sopros? Era tanto e tu ficaste no porto seguro do tão pouco.
É da vida.
Gostei de Paris. Não gostei de Nova Iorque. O assumidamente conto, sem ter de ser necessariamente romance, a sair melhor na cidade da luz. O terceiro filme da saga Cities of Love viaja até ao Brasil. Agora esperar que saiba mesmo a Rio.
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