Fogo está mesmo difícil de conseguir bilhetes, são filas, são bofetadas, são gritos. Toda a gente quer ver, meu deus que corropio. Pois, já vi, foi fácil, estavam 10 pessoas. Tomado o banho de água fria, cabe agora dizer que se perdoei o primeiro por uma estrutura demasiado limpa e agregada à obra de origem não posso fazer o mesmo em relação à sequela. The Hunger Games: Catching Fire tinha a tarefa de transitar o juvenil, o jogo, para o adulto, revolução. Orquestrar, e não apenas mostrar. Tendo a faísca na mão seria necessário montar o rastilho de um thriller. Inventar. Ora bem, Francis Lawrence, já com o prémio de tarefeiro do ano, pega no livro e materializa-o do início ao fim. Esquecendo claro, que papel não é película: a incerteza, a dúvida, o constante crescendo de revolta, a conspiração e o papel fundamental de novas personagens são cuspidos para a tela com a pressa de quem tem de acabar. O relógio acaba por ser a ironia máxima numa segunda metade trapalhona e apressada. Todos ganhavam se os jogos fossem entremeados com o resto, em flashback ou não, construindo e desconstruindo, para no final ter algo maior. Tal não aconteceu. Que venha o resto, dividido em dois, para os gordos do Capitólio continuarem a rir enquanto pedem mais uma garrafa de qualquer merda cara. Urra.
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