terça-feira, 1 de março de 2011

2 é bom, 3 é melhor (I)

Todos os anos estreiam. Todos os anos acabam. É a ordem natural das coisas, fecham-se ciclos terminam-se viagens. Aqueles rostos, que nos acompanhavam há anos, decidem dizer adeus, de forma mais ou menos planeada, de dor mais ou menos preparada. E se todos os anos a história é a mesma, 2010 presenteou-nos com tudo, desde despedidas históricas, como “Perdidos” ou “24”, até desaparecimentos precoces, como “Lone Star”, passando por sentenças mal amadas, como “Rubicon” e “Terriers”. Tudo para todos os gostos e tristezas. Mas está na hora de enxaguar as lágrimas e, como dito no início, se há uns que findam outros começam! 2011 é pródigo em começos promissores e, como é este o número de ordem, a Take decidiu reunir as três estreias televisivas mais interessantes da primeira metade deste novo ano. Peguem nas vossas espadas ou nos vossos terços. Batalhem ou rezem. Decidam ou conspirem. De uma forma ou de outra o mundo vai ser outro, para trás na história ou para lá na fantasia.

Não vamos enumerar todos os filmes e séries de televisão que contaram a lenda do Rei Artur e dos Cavaleiros da Távola Redonda. São dezenas, das mais variadas formas, das mais distantes décadas e com os mais distintos nomes. Personagens como Merlin, Guinevere ou Lancelot foram presença constante ao longo da nossa história, das nossas próprias guerras e aventuras. E quando pensamos que acabou, que não há mais, que fechou, alguém volta ao caldeirão e tira de lá um novo olhar. Foi isso que a canal americano de televisão Starz fez, ao pegar na obra de Thomas Malory, “Le Morte d’Arthur”, e transformá-la livremente em “Camelot”, a série medieval que promete fazer as delícias dos fãs, da lenda e do género. Esquece tudo o que pensas que sabes, dizem eles, garantindo logo de seguida que esta história de Camelot nunca foi antes contada.

E ela, a história, inicia-se com a morte do Rei Uther e o consequente caos de um reino sem líder. Merlin, o feiticeiro, ao ter visões de um futuro negro decide declarar o jovem Artur, filho ilegítimo de Uther, como rei. Porém a sua maléfica meia-irmã não aceita de ânimo leve esta tomada de posse e, utilizando forças sobrenaturais, inicia uma batalha épica pelo controlo absoluto. No meio de toda esta escuridão, Guinevere surge como a única luz no mundo Artur, que se irá ver confrontado com difíceis decisões morais e o desafio maior de unir um reino partido.

No primeiro olhar, já disponível, podemos constatar que o assunto é sério. Jamie Campbell Bower (Artur) diz que uma nova lenda foi criada e Tasmin Egerton (Guinevere) assenta todos os pontos fortes da série: sexo, violência, humor. Amor, luxúria. Claire Forlani (Rainha Igraine) acrescenta mais, afirmando que é escuro e brutal. Real, as personagens não são apenas figuras míticas, são verdadeiros seres humanos com emoções conflituosas e paixões, remata Eva Green (Morgana). Chris Chibnall, criador e produtor executivo, promete que vamos ver a espada na rocha, mas que não é nenhuma rocha que tenhamos visto antes, promete que vamos ver a Senhora do Lago, mas que não é nenhum lago que tenhamos visto antes, promete que vamos ver Artur e os seus Cavaleiros e por fim promete que iremos ver o início da Távola Redonda.

A produção executiva está a cargo de nomes como Michael Hirst, James Flynn ou Morgan O'Sullivan, responsáveis por séries como “Os Tudors” e o muito aguardado “The Borgias” (já lá vamos!). Estão pedidos dez episódios para esta primeira temporada, que irá ter o seu arranque americano a 1 de Abril. Porém, para aguçar o apetite, o canal transmitiu o episódio piloto dia 25 de Fevereiro.

[1ª parte do artigo publicado na Take 26]

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