Voltar de férias é como acordar de um sono profundo. Como um Mel Gibson de repente descongelado uma série de anos depois, a tentar acompanhar e absorver as novidades do mundo actual. Cinematográfico. As imagens são muitas e tentar aprender tudo de repente não só é impossível como faz mal à saúde. Ficamos então com a opção de ir recuperando a memória aos poucos, devagarinho, preenchendo lacunas mais ou menos surpreendentes. Tirando as ligaduras e tentando secar aos poucos a dor de cabeça, voltando a identificar as caras amigas e as feições familiares. Claro que ficamos sempre com a hipótese do buraco negro (ou na gíria do Google Reader a hipótese mark all as read) em que o tempo de férias não se converte em créditos finais, permanece lá, como hiato vazio e desconhecido. Um pouco à semelhança da música Guaranteed (Into the Wild) em que aos 3 minutos cai em silêncio, para retomar o instrumental algum tempo depois. Ainda melhor, ainda mais bonito.
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