Consta desde o início na programação da RTP, a hora e o dia variam ( é sempre uma missão complicada seguir uma série na nossa televisão). É um fenómeno de culto, expandido para fora do rectângulo por foruns, páginas e qualquer cantinho de internet que sirva para debater e tentar resolver o mistério. A estrtura é em tudo inovadora, temos a linha de acção dos sobreviventes na ilha e paralelamente somos bombardeados com flashbacks da vida passada dos mesmos, tudo montado de forma harmoniosa e fluida, sempre interligando motivos e actos, sempre justificando o presente com o passado, é o uso pleno da prequela e do recuo. E fá-lo com uma elasticidade e rigor enormes.
Para além disso temos também os cada vez mais amados anti-heróis, todos são podres, todos escondem segredos nada bonitos de mostrar, todos têm um lado demasiado escuro que querem clarear e esquecer agora que estão isolados num novo começo. E gostamos deles, deste grupo heterógeneo de excelentes actores, cada um com a sua marca, almas para todos os gostos. Consegue sempre alternar, sequências de aventura de cortar o fôlego, com as verdade mais nuas da condição humana.
Dizem que satura e que o mistério enrola demais. Se vende continua, a lógica é essa, e nunca um produto foi continuamente tão bom. E temos também de ver que a estrutura do lost é inédita e nunca uma série se aguentou tanto e tão bem à volta de um único problema. Vejamos os Ficheiros Secretos, tinhamos o enredo basilar da conspiração que aparecia no início e fim de cada série, mas o resto eram histórias isoladas, o mesmo sucede com outras séries, como o House ou Sobrenatural, temos o cerne e depois pequenos snacks, sempre distintos. Perdidos não, é tudo o mesmo, temos flashbacks diferentes é verdade, mas tudo respostas para a mesma pergunta. E isto meus amigos, não é nada fácil.
O final da terceira temporada foi considerado em quase todo o lado, o melhor episódio de Lost de todos os tempos e é bem capaz de o ser. Atreve-se a mudar toda a lógica da procissão num dos melhores twists que já assisti. Um grande grande final que deixa tudo em aberto para o muito esperado regresso em Fevereiro de 2008.
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