segunda-feira, 5 de março de 2018

I got you Oscar


They say we're young and we don't know, We won't find out until we grow. Toca a acordar campistas, não é o Dia da Marmota mas é o Dia depois dos Óscares, que analisando com calma, paciência e alguma matemática é exatamente a mesma coisa. Não me lembro de uma cerimónia deste novo milénio que tenha sido interessante, justa, divertida, cativante ou coesa. Bem emitida e acompanhada. São sempre festas privadas, extensas, partidas em dezenas de partes, sem uma ideia ou fio condutor, sem qualquer aroma do entreter. Onde a surpresa é arma vaga, por vezes seca, por vezes mastigada. E já aqui escrevi sobre isso:


Em 2012. Podia ter sido em 2002. Podia ter sido ontem. Nunca saberemos. Não faz sentido e os apresentadores, melhor do que ninguém, tentam lembrar, para irmos todos dormir mais cedo. Kimmel disse surpreso que apenas duas pessoas foram expulsas na história da Academia: o Weinstein e outro gajo que foi apanhado a emprestar uns screeners aos amigos. Não é real, nada daquilo. E todos estes elementos vão se agravando e expandindo, como o universo. Chegando ao dia de hoje: é impressão minha ou foi a pior cerimónia do últimos anos? É impressão minha ou foi a pior emissão de óscares de sempre? É impressão minha ou o monólogo foi fraco? É impressão vossa, é mau, é mau há décadas. As pessoas têm de perceber o que representa, têm de perceber como funciona. As pessoas já perceberam, as pessoas sabem como funciona. Porquê todo o burburinho então? Porque é que ainda é uma coisa? Não faço ideia. O neuralyzer dos Men in Black? Talvez. Os media que não largam o osso? Podem fazer como a SIC, abraçar o fim e pôr a Mónica Sintra a falar dos filmes nomeados, mas não baixam os braços. Ou não podem. Pode ser por aí. Picar este ponto de 10 horas porque está no estatuto da humanidade. Há maneira de mudar, de ir esquecendo? Também não faço ideia. Só sei que Babe, I got you babe, I got you babe.

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