Mas não. E o Jesse está cá com um overacting. Assim não miúdo. Depois, e porque vocês vão dizer ah mas não viste toda. Mas vi o 11.22.63, também é da Hulu e também não. Este então, colocando de parte o ódio direccionado ao protagonista, é dos desperdícios mais sofríveis, mais mal realizados e montados de que há memória. O último episódio, quando ele dança com a velha, juro que ouvi estalactites das grutas dos Alvados a cairem de desgosto e desespero. E a Sarah Gadon faz cá um papel de sopeira adormecida. Nada daquele gelo Cosmopolis.
Como a Elektra. Esta segunda temporada está má de papar. Vou a meio. E este fastio deve-se em parte à gaja. Com aquele sotaque manhoso, que pode a qualquer momento tirar uma bola de cristal para ler a sina. Mas ela é bonita vá.
Como a outra, que também tem o sotaque mais irritante do mundo mas manda um corpão. A quenga do Black Sails.
Que - ai tanta mama só para chegar aqui - continua a ser a melhor série de ação e aventura, sem qualquer receio das barreiras que quebra ou caminhos que toma. E tem tanta história, tanto detalhe e sussurro, isto sim um jogo de tronos, de amigos e inimigos, piratas, que um dia estarão naquele livro. O final estará nos melhores, aquele diálogo que acompanhou do início ao fim, o plano, entre incríveis planos de batalha, sempre o diálogo, entre duas das maiores figuras literárias e agora televisivas do género. Viva Nassau. E sai uma pirata gira.
Para terminarmos com American Crime Story, que duma história cinzenta e mastigada, conseguiu uma dezena bestial de episódios, bem editados, bem realizados, e com muito foco. Apesar de não ter moral, de não tomar partido, não cai no registo sonolento de Spotlight, e aponta as pessoas. São as pessoas, a história são as pessoas, e foram aquelas pessoas, naquele momento, com tudo o que as carrega que fizeram aquela história. E o valor é esse, o suspense é esse: os olhares. Aquele punho fechado no final. O choro. A sucessão de uma peça a bater na outra, como se estivéssemos a assistir à evolução de uma espécie única e intemporal. Belíssimo.
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