Nos, relativamente jovens, programas de música há um cliché da crítica que vai na volta, volta. Tu não sentiste a música, ou, como eu gosto mais, tu não percebeste nada do que estavas a cantar. Índice negativo, indicador de que não, não. Assim o problema maior de Terminator Genisys: Alan Taylor tu não percebes um corno do que estás a contar. O que torna o sucedido num acontecimento ainda mais frustrante.
Escusado será dizer que este parágrafo contém spoilers numa frequência parecida aquela com que o cavalheiro ao meu lado arrotava a Cola, ou com que a pita atrás de mim gritava histérica, gritos muito engraçados de quem nunca tinha visto nada da saga. Começando pelo bom, Arnie e J. K. Simmons, a velha guarda. O primeiro num claro tom de paródia reflexiva, como tem feito de forma incrível desde muito cedo na sua carreira, repensando o seu papel nas coisas e, na maior parte dos casos, salvando o dia. Mantém o nível, a pinta, as deixas e a comédia, tudo nele. O segundo é daquelas adições que me fez suspirar pela saga, por aquilo que ela realmente representa nas suas curvas e perigos. Porque a premissa é de facto boa: uma timeline paralela onde as coisas não são mais o velho escrito. Gostei dos flick flacks, volta e depois regressa. Eu estava até embeiçado, bora lá, bora lá.
Depois o erro. Tipo pescada, que antes de o ser já o era. Promover de antemão a transformação do John Connor, como se houvesse mais alguma na manga. Não há. E é aqui que entram as caralhadas. Até 1984, tudo bem. estão lá todos e tal, do género manhã da Comercial, mas porreiro. Venham mais. Depois viajam para 2017 e aí aparece o salvador, que agora é mau e engenheiro, e, e, e, pronto acabou. Foda-se. Depois começam as questões, que são muitas, mas lido bem com algumas pontas soltas. Agora, não explicar quem enviou o T800 para proteger a Sarah Connor é não reconhecer este tomo como filme, é tirar-lhe qualquer crédito e valor: pois isso sim é a génese. É a razão do novo rumo, do novo futuro, do novo.
A todas as perguntas, que em todo o lado acabam por cair na especulação e ficarem mal respondidas - os argumentistas dizem que estão a guardar tudo para os próximos, pois bem: vão levar no cu - junta-se um acting impossível de descrever por palavras. Minha mãe do céu, sai um workshop de representação para a mesa do canto, é que nem no Mar Salgado se praticam tais "rostos número 2 de aflição". Onde está a rijeza, o suor, o sebo. Em lado nenhum, e mais fácil de sentir, é pensar na cena do parque infantil, no T2, com os rostos, as caras a caírem em cera, e depois ver o início deste TG, à San Andreas. Acredito que numa timeline diferente, onde o argumentista não é um gibão, existe de facto um filme bastante capaz.
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