Ver os filmes dos Óscares depois dos Óscares é como ir ao Algarve em dezembro, um descanso. Sem os quilogramas diarreicos do vale o que vale, das hipóteses impossíveis ou das teorias da avó. Filme por filme. Assim American Sniper, sem valores ou rigores exacerbados. Pesada a cabeça do chapéu verídico. E o bebé, esqueçam lá isso. Patriota? Claro, mas que querem de um filme com a palavra "americano" no título? Uma visão mexicana da coisa? É certinho a um lado mas sem nunca o forçar em demasia. A obessessão e a violência presente no corpo permitem um distanciamento, uma certa escolha. O stress e o som, especialmente o som, denunciam em demasia o mal estar - The Hurt Locker nunca precisou de tamanhos artifícios para contar o vício - coxo na criatividade do realizador. Que por outro lado não esqueceu o valente ritmo. Só por aí já ganha. E mesmo que se volte à corrente do "god bless America", não nos conseguimos esconder da ironia do desfecho. Essa é a guerra a retirar, a guerra do todos contra todos, onde todos perdemos.
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