Não é fácil ser sequela. Querer engordar sem exercitar, depois vai tudo para o rabo. Seres redondos e balofos. A maior parte. Não é fácil ser sequela. Eu sei. Mas também sei que das duas uma: ou estão quietos ou fazem como Evans. Não é fácil dar seguimento a The Raid: Redemption, uma bomba prática, despachada e inesquecível. Um prédio, sempre a subir até ao último, em danças, tiros e litros de sangue, colando referências clássicas das artes marciais em cima do herói industrial e citadino. De hoje portanto.
Fim de dia, e depois? Depois, com tomates no sítio, faz-se tudo diferente. The Raid 2: Berandal não podia ser mais atípico, não só pela sua duração - mais 43 minutos que o original - mas pelo modo como distribui o jogo. O simples polícia/ladrão alastra para a lógica infiltrado, prisão, rua, gangue. Deixa-se o escuro para abraçar a lama, a neve, os néons, os salões de baile e o metro. Sem vir a cima, porque aqui respira-se no bailado, nos corpos que se esgotam, em carrocéis. Irónico descansar nos murros. Para a intriga nos levar a novo movimento, sem repetição nem solavancos. É mais muito mais, um adulto, sem nunca esquecer. Que se fodam os Expendables, os McClanes e Robocops. O Rama parte-lhes a boquinha toda.
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