Numa tarde de abril, num desses cafés da planície, estivemos à conversa. Primeiro entre nós. Depois com o argumentista de O Dia em que o Marco Bateu na Sónia, filme português com estreia marcada para 12 de junho.
Antes de mais, muito obrigado por ter aceite o nosso convite.
O prazer é todo meu.
Obrigado.
Obrigado eu.
Em primeiro lugar como surgiu a ideia para este argumento?
Acho que todos, sem excepção, se lembram, ou conservam uma vaga ideia, desse dia. Eu estava nas aulas e logo ao sair, de boca em boca, ouvi. Recordo-me de parar. Pensamos sempre que sabemos tudo, que estamos seguros e nada nos toca. Somos de cristal até um evento destes acontecer. Eu gostava do Marco, todos gostavam do Marco, todos o queriam na final. Com a agressão e consequente expulsão fiquei com essa fagulha: um dia terei de escrever sobre isto. E assim foi.
Soube que o argumento sofreu muitas alterações. Como era a ideia inicial?
Sim, é verdade. Inicialmente o filme foi pensado para retratar o comum. Inspirado muito na minha própria vivência desse dia. Dia de um estudante universitário, que acorda de manhã, bebe o seu café, vai às suas aulas e vê, depois de almoço, o seu mundo ser abalado pela nótícia. Era um olhar mais intímo e pesado. Rapidamente chegámos à conclusão que este não era o caminho a seguir, não era isto que a audiência precisava.
Então foi um salto do drama para a ficção científica. Como foi feito?
Antes da ficção científica ainda surgiu uma ideia intermédia, onde o Marco Borges era mordido por um zombie antes de entrar na casa. Só que a ideia entretanto foi usada em Dead Set e o título teria de ser adaptado para O Dia em que o Marco mordeu a Sónia. Não era isto, nós queríamos manter o pontapé, o momento tal e qual teve lugar e só depois reescrever a história. Achámos portanto que o ideal seria transformar a personagem da Sónia num extraterrestre adormecido, que, com a agressão nas mamas acorda e contacta com o seu planeta natal para uma invasão. Seguindo-se então a batalha final pela salvação da humanidade.
Então foi um salto do drama para a ficção científica. Como foi feito?
Antes da ficção científica ainda surgiu uma ideia intermédia, onde o Marco Borges era mordido por um zombie antes de entrar na casa. Só que a ideia entretanto foi usada em Dead Set e o título teria de ser adaptado para O Dia em que o Marco mordeu a Sónia. Não era isto, nós queríamos manter o pontapé, o momento tal e qual teve lugar e só depois reescrever a história. Achámos portanto que o ideal seria transformar a personagem da Sónia num extraterrestre adormecido, que, com a agressão nas mamas acorda e contacta com o seu planeta natal para uma invasão. Seguindo-se então a batalha final pela salvação da humanidade.
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