O não ser fácil não é desculpa, mas aqui tem de ser utilizado. Eram sacas e sacas de cimento em cima do senhor: livro de culto, adolescentes doidos, pessoas normais doidas (eu) e uma comparação infeliz à saga do vampirinho. É pressão a mais para a liberdade absoluta. Por isto tudo, e por mais algumas coisas, o que Gary Ross faz em The Hunger Games é notável. Aperta os planos e força a câmara a procurar as entidades. É o seu olhar, fechado, sem deixar espaço ao oxigénio, para se sentir o peso do regime, das câmaras. Clausura esta que resulta melhor na primeira metade do filme - a mais bem conseguida, tanto a nível rítmico como emocional - deixando para a segunda a rapidez (infelizmente) obrigatória. Teve os tomates de se marimbar para o triângulo amoroso - bem menos cansativo que no livro -, não teve os tomates de mudar o final - uma das grandes fraquezas dos jogos. Faltou ainda adensar algumas personagens - coisa que a obra literária nunca faz - e clarificar alguma da mitologia. Mas fica para a próxima, quando entrarmos em chamas.
1 comentário:
Se se marimbou para o triângulo amoroso ainda estou mais curioso com este filme
Nuno Rechena
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