Assim como é urgente um barco no mar, é urgente ver The Killing. A dois episódios do final, o novo policial da AMC (remake da série dinamarquesa Forbrydelsen) destaca-se como um dos grandes produtos televisivos do ano. Não só pela questão, Quem matou Rosie Larsen?, decisiva na nossa natureza curiosa de espectador, mas por tudo o resto que ela arrasta: uma cidade organismo vivo, Seattle, pintada a carvão como ela mesma, chorando dia e noite sobre os corpos encharcados de quem tenta ter secas as ideias. E são elas, as personagens, que entre o fumo dos cigarros e os vidros dos carros, elevam o drama a um outro nível. Porque o que nos conduz durante estes 13 dias de investigação é aquilo mesmo que os conduz, o que os move, o que os assombra. Quando damos conta estamos lá.
A comandar o elenco temos a mais interessante dupla de protagonistas que as esquadras televisivas viram em anos: Linden (colossal Mireille Enos) e Holder,(Joel Kinnaman) donos daquela beleza feia, estranha, real, donos de interpretações de encher o olho, cruas e hipnotizantes. Para além deles dois pais a tentar respirar no meio do luto e um político a tentar trilhar o seu caminho rumo ao poder.
A grande resposta está cada vez mais perto. As apostas estão aí. Mas ganhe quem ganhar, nós todos já ganhámos.
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