quarta-feira, 20 de agosto de 2008

All the Boys Love Mandy Lane


All the Boys Love Mandy Lane foi, desde o início, um amor marginal. Timbrado com datas incertas e chegadas sinuosas [estreou no Festival Internacional de Toronto em 2006], passou dos carris da série B para os vagões da frente aqui do estaminé, sempre com o pretexto do poster ou do trailer, sempre com desculpas até à hora do esperado encontro. E a espera acabou. Aquele all the boys já tem mais um membro.

Mandy Lane é a rapariga mais bonita da escola, da rua, da terra, do mundo, e é o mundo para todos os homens, rapazes, que vêm na sua pureza e ingenuidade a perfeição. E é no passeio inicial, pelos estreitos corredores da escola, que vemos a brilhante e tímida estrela pela primeira vez, ficando também nós rendidos aos longos cabelos louros. A história segue simples e eficaz como manda o molde do género: um fim-de-semana numa quinta distante, com um sem número de pretendentes, acaba numa festa pintada a vermelho sangue, pois mais alguém fez questão de aparecer, mais alguém que leva o amor demasiado a sério.

O que acontece nesta árida e tosca obra é a percepção absoluta do que é e assumir isso desde o início com confiança e dedicação. É um slasher-movie que marca presença em quase todos os lugares comuns do género, com algumas personagens a existirem somente para serem esfaqueadas e baleadas, para correrem e gritarem, mas, e aqui reside a força do filme, a serem peões duma rainha que é desde o começo a peça chave do jogo. Tudo o que nas dezenas de outros filmes de terror adolescente sabe a plástico e a inconsistência, aqui se transforma numa inconsequência incrivelmente real e satisfatória. Amber Heard, sem grandes complicações, constrói um rosto tão angelical como perverso, mantendo-se opaca até ao final, espelhando a ambiguidade e o mistério que levam à loucura o sexo oposto. [Uma belíssima musa que se coloca na linha da frente dos jovens talentos a ter em atenção]. A acção, essa, decorre num tom amarelado e seco, com grandes planícies queimadas pelo desespero e desolação, em imagens muito bem conseguidas. O final é a cereja que pedíamos desde o começo e a música Sealed With a Kiss termina de forma magnífica o nosso desconforto.

Há uma altura em que Mandy Lane diz que é uma rapariga diferente das outras e o filme é o reflexo disso: aparentemente mais uma miúda bonita, mas se olharmos de perto vemos ali muito mais, vemos um slasher consistente, que entretém e surpreende do início ao fim. Não vem mudar nada (como Scream fez) mas vem suscitar o desejo que tudo o resto fosse assim.

(+) A personagem Mandy Lane.
(-) As complicações de lançamento a que o filme esteve e ainda está sujeito.

1 comentário:

Anónimo disse...

amber heard é muita gata mesmo!por seu texto creio que esse é um slasher muito bom! se não revoluciona o gênero, pelo menos não decepiciona como a franquia pânico e afins! vou assistir esse filme e depois escrevo minhas impressões sobre ele aqui nesse blog!