Já está a escurecer e enquanto descarrego os minutos nas teclas, está negro como breu. O chão molhado e lamacento enrola-se nas bolas de fumo que projecto para a rua. Penso nos vícios e nos pedidos que me fazem. Em muita coisa que não se adequa aqui mas o pensamento diz que se algum dia me pedissem para personificar o vício e o pecado, o sombrio e apetecível, numa só mulher a minha resposta seria Helena Bonham Carter. Pelo geral, pálido e fantasioso, e pelo particular, Clube de Combate. Principalmente aí, em que despenteada e com um longo cigarro nos dedos, fingindo vícios e doenças, me tomou de assalto como a beleza mais extravagante e proibida que uma cidade pode parir. É o outro lado do espelho, do que achava correcto, é o ser destruído e imperfeito que faz destruir vidas lilases e que nos consome, na atracção do sotaque e da palavra. De maçã em maçã lá vamos mordendo, a próxima está quase, está quase.
5 comentários:
Também gosto muito. Infelizmente, outro génio (o Tim) chegou-lhe primeiro... Enfim...
E pensar que a conhecemos nos filmes de James Ivory, espartilhada em obras de outras épocas...
Pois foi, uma mudança daquelas valentes, mas acho que agora assentou de malas e bagagens neste registo, e fica-lhe tão bem!
Soeiro a esperança é a ultima a morrer
:)
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