O terror está na moda. Desde a loura que grita e foge duma motoserra até aos seres alienígenas famintos de carne humana. Fabrica-se muito, e anualmente somos premiados com muitas fitas, umas com qualidade outras mais fracas e por fim aquelas mesmo ridículas onde o argumento foi deixado em casa do realizador e ninguém se deu ao trabalho de o ir buscar.
Ultimamente vi coisas muito más que não merecem mais do que uma linha, como
Black Christmas ou o
Coleccionador de Olhos, mas também vi produtos interessantes como Hostel 2 que já referi anteriormente e
High Tension e
Dead Silence que vos trago aqui hoje. O primeiro é francês e conta história de duas amigas que vão passar o fim de semana à casa de campo de uma delas. Tudo parecia correr bem até ao soar da campainha e da companhia estranha de alguém que vem para destruir o equilibrio e a paz do trigo e da família. Por vezes excessivamente violento, mas sempre cativante até ao desenlace final, que nos tira da cadeira e nos faz pensar nos ínfimos golpes que nos escaparam. Todo ele é caseiro, sem grandes efeitos para além dos litros e litros de sangue, e tudo se resume ao confronto feminino que tanto reina nestes filmes. Um nome a reter.
Dead Silence veio anunciado como sendo dos criadores de Saw, mas em comum com estes só tem mesmo isso pois trata-se de um ambiente completamente diferente e a meu ver em tudo superior. É a clássica, simples e muito bem feita história de fantasmas. Não tem o lado gore e chocante que Saw se orgulha de apresentar, cada vez mais cansativo e repetitivo, mostrando apenas um homem a resolver a morte da namorada relacionada com um velho boneco de uma ventríloqua e toda a história e maldição por detrás disso. Não vive nem se constrói para o twist, limita-se a seguir a linha recta do susto até à morte final. Uma agradável surpresa.
Já temos um psicopata, um fantasma, falta só o monstro. Em relação a predadores sanguinários aconselho vivamente a
Descida, a história de um grupo de amigas que parte em busca de aventura numa descida as profundezas duma gruta. O que vem depois é o terror mais consistente e apurado dos últimos anos, cruzando os conflitos internos entre elas com a luta pela sobrevivência devido à ameaça de uma espécie subterrânea. Assustador.