domingo, 3 de junho de 2007

E tu, qual é o teu signo?

Zodiac, embora não transborde de mestria como Seven, não tenha a rudeza e genialidade de Fight Club ou o enredo maquiavélico d' O Jogo, é mais um passo firme de David Fincher na sua irreversível caminhada galopante para um local de culto onde pertencem os grandes mestres inspiradores da cinematografia americana.

Fincher, apesar de quarentão, concilia o fulgor estonteante de um novato com a sabedoria de um sexagenário. É incomparavelmente superior a muitos Scorceses altamente sobrevalorizados. Mais uma vez, em Zodiac (como acontecera em Seven), consegue desviar o argumento da típica e fácil lógica dos bons contra os maus. Contraria as mentalidades CSI’anas da investigação criminal rápida, fulgurante, inevitável e taxativa e caminha sobre terrenos perigosos com a certeza de um desenlace arrebatador, mas que se vai escondendo súbtil, genial e até irritantemente dos olhos do mais atento espectador.

E é nesta força invisível que se prende e se solta o talento incontestável de um homem que consegue tornar simples uma relação argumento/efeitos visuais, o que, convenhamos, não está ao alcance de todos.

PS: Ainda não vi o Zodiac, mas o Piratas das Caraíbas 3 é pouco mais que uma bodega e, não só não merece o Johnny Depp como não merece mais do que uma breve nota de rodapé.
[João Gaspar]

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