A secção de terror da Fnac consegue transformar o mais carrancudo no mais risonho. Isto porque no meio de uma ou duas obras de relevo somos brindados com tesourinhos deste calibre.


 Talvez as críticas entusiastas e as expectativas espadaúdas tenham elevado a obra até si mesma, do chão até às nuvens. E sendo o céu o ponto de partida, a queda de um espectador ansioso pode realmente ser enorme. Como a minha. À espera de um passeio de avião saiu-me uma boleia de carroça. Fã confesso da colorida Juno, não consigo espremer nada de memorável neste Up in the Air. Linear, cinzento. Uma linha recta que nunca ganha vida, nem na narrativa nem nas interpretações. Kendrick é uma surpresa, mas só isso, nem tem espaço para mais. Clooney é só ele, Clooney. Farmiga é linda de morrer, mas isso não chega. Muito cartão, pouco sangue. Sim a história passa por alguns bons momentos (algumas boas gargalhadas) e a montagem aparece dinâmica, com personalidade. Mas falta ligação, falta largarem-nos naquela última cena e ficarmos umas horas, uns dias, umas semanas, perdidos por lá, nas nuvens.
Talvez as críticas entusiastas e as expectativas espadaúdas tenham elevado a obra até si mesma, do chão até às nuvens. E sendo o céu o ponto de partida, a queda de um espectador ansioso pode realmente ser enorme. Como a minha. À espera de um passeio de avião saiu-me uma boleia de carroça. Fã confesso da colorida Juno, não consigo espremer nada de memorável neste Up in the Air. Linear, cinzento. Uma linha recta que nunca ganha vida, nem na narrativa nem nas interpretações. Kendrick é uma surpresa, mas só isso, nem tem espaço para mais. Clooney é só ele, Clooney. Farmiga é linda de morrer, mas isso não chega. Muito cartão, pouco sangue. Sim a história passa por alguns bons momentos (algumas boas gargalhadas) e a montagem aparece dinâmica, com personalidade. Mas falta ligação, falta largarem-nos naquela última cena e ficarmos umas horas, uns dias, umas semanas, perdidos por lá, nas nuvens. Most Mathematically Confusing Tagline Award: Goes to Subdivison for its tag line: "Love plus loyalty, multiplied by pride, divided by money, equals Subdivision".
Most Mathematically Confusing Tagline Award: Goes to Subdivison for its tag line: "Love plus loyalty, multiplied by pride, divided by money, equals Subdivision".

 Pensando de um modo geral, e grosseiro, os Óscares são injustos. Às vezes acertam, muitas vezes não. Mas se algumas categorias passam por sapo magro - e são facilmente engolidas - outras fazem-me comichão até à ponta dos cabelos. E aquela que grita é a de Melhor Actriz, principal ou secundária. Sim a Halle Berry, sim a Cher. Lembram-se de novatas que se mascaram e esquecem-se das genuínas. Olhemos para Julianne Moore, uma das mais talentosas actrizes do panorama actual americano: em 1998 (Boogie Nights) perdeu a estatueta para a Kim Basinger, que pintou os lábios e pôs um bocadinho de base (L.A. Confidential); em 2000 não posso protestar, Hilary Swank é outro colosso; mas em 2003, nomeada nas duas categorias(Far from Heaven e The Hours) é ultrapassada por uma Catherine Zeta-Jones em lingerie (Chicago) e uma Nicole Kidman (The Hours) com um nariz novo. Por favor. Este ano, já nomeada para o Globo de Ouro de Melhor Actriz Secundária (A Single Man), pode ser que a sua estrada seja aquela que Kate Winslet calcorreou o ano passado.
Pensando de um modo geral, e grosseiro, os Óscares são injustos. Às vezes acertam, muitas vezes não. Mas se algumas categorias passam por sapo magro - e são facilmente engolidas - outras fazem-me comichão até à ponta dos cabelos. E aquela que grita é a de Melhor Actriz, principal ou secundária. Sim a Halle Berry, sim a Cher. Lembram-se de novatas que se mascaram e esquecem-se das genuínas. Olhemos para Julianne Moore, uma das mais talentosas actrizes do panorama actual americano: em 1998 (Boogie Nights) perdeu a estatueta para a Kim Basinger, que pintou os lábios e pôs um bocadinho de base (L.A. Confidential); em 2000 não posso protestar, Hilary Swank é outro colosso; mas em 2003, nomeada nas duas categorias(Far from Heaven e The Hours) é ultrapassada por uma Catherine Zeta-Jones em lingerie (Chicago) e uma Nicole Kidman (The Hours) com um nariz novo. Por favor. Este ano, já nomeada para o Globo de Ouro de Melhor Actriz Secundária (A Single Man), pode ser que a sua estrada seja aquela que Kate Winslet calcorreou o ano passado. Esta foto pode não ser a mais bonita mas levanta uma dúvida bastante interessante: Marion Cotillard ou Penélope Cruz?
Esta foto pode não ser a mais bonita mas levanta uma dúvida bastante interessante: Marion Cotillard ou Penélope Cruz? Ontem estreou na FOX o melhor procedural da actualidade. Para o promover é nos dada a hipótese de aparecer no anúncio. Como? Está tudo aqui bem explicadinho. E não, não estou a mentir.
Ontem estreou na FOX o melhor procedural da actualidade. Para o promover é nos dada a hipótese de aparecer no anúncio. Como? Está tudo aqui bem explicadinho. E não, não estou a mentir. Chegamos ao novo ano sempre com expectativa, esperança que o terreno tenha mudado, tenha amolecido com os ventos da viragem. Cheira ao mesmo, é o mesmo, mais do mesmo, sempre o mesmo, rijo como um calhau, pronto para nos dar mais uma sova ou nos cegar na luz irrequieta do tempo. Sabemos tudo. Não sabemos nada. Sei lá eu. Nem quem vem ou o que vem. Acreditamos apenas, que aquela sala com os estofos azuis, estará ali, de portas abertas. Imponente na sua confiança, para nos lembrar que o cinema continua a ser o santo remédio, o outro lado, onde as luzes da nossa doença se apagam, e o sonho começa. Por muitos fracassos e desilusões, o cinema será sempre o porto seguro onde encosto a minha alma nos dias de chuva.
Chegamos ao novo ano sempre com expectativa, esperança que o terreno tenha mudado, tenha amolecido com os ventos da viragem. Cheira ao mesmo, é o mesmo, mais do mesmo, sempre o mesmo, rijo como um calhau, pronto para nos dar mais uma sova ou nos cegar na luz irrequieta do tempo. Sabemos tudo. Não sabemos nada. Sei lá eu. Nem quem vem ou o que vem. Acreditamos apenas, que aquela sala com os estofos azuis, estará ali, de portas abertas. Imponente na sua confiança, para nos lembrar que o cinema continua a ser o santo remédio, o outro lado, onde as luzes da nossa doença se apagam, e o sonho começa. Por muitos fracassos e desilusões, o cinema será sempre o porto seguro onde encosto a minha alma nos dias de chuva.