sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Birras e birrinhas

Foda-se, ontem pus a sacar o The Boy, aquele com a gaja do The Walking Dead, que é tipo o Annabelle mas com um boneco homem. Podem também pensar no Chucky. Mas pronto, eu todo lambão, já cheio de pau para ver mais esta bosta, quando de repente, a testar as legendas, constato que é um The Boy falso com um puto que no poster tem tipo uns cornos de veado. Fiz cá uma birruça.

Esta sim, a grande beleza

Mustang dá o jogo como ganho. Usa a temática como goleada instantânea e esquece-se dos remates. Dos desvios, fintas e cinturas. A tempos, não chega, parece que não chega. Parece porque de facto soma os três pontos. E soma-os, com a beleza das miúdas. É impressionante, escrever será sempre menos, as miúdas são tão bonitas, estão filmadas de tal modo, que cada cena é um poema. Elevam-se num todo de feições, cabelos ao vento, olhos ao sol, saindo daquele vaso e representando algo maior, inacreditável. Fôlego, em estado bruto.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Os monstros do sul selvagem

Dentro do sub sub sub sub sub género filmes antologia de terror com histórias que de alguma forma ligeira se ligam e se passam todas no sul, Southbound é das melhores coisinhas que por aqui pousaram nas últimas migrações. Não inventa nada, não surpreende, mas mantém-se fiel ao desconforto e à violência. Ao terror seco e cíclico das grandes planícies, do inferno lá está.

Podemos sempre voltar atrás e tentar evitar este casting

Ou como lhe costumo chamar, cá em casa, o James Cancro. Não consigo de facto, muito intrínseco, não chega, nunca chegou. Ele e o gordo do Rogen. Eternos ratos de uma montanha que insiste em não fechar as pernas, e qualquer projecto tem em mim o inverso de Midas. Poderá ser da constante ineficácia representativa, poderá também ser da pouca vontade em alterar essa ineficácia. Cara de frete. O que aborrece num projecto que prometia - e que irei acompanhar com os tradicionais balões de soro - que tinha a premissa, os meios. Falta o ator.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

A mulher sem coração

Creditada como Heartless Woman, é ela que não sai da cabeça. Ali está, de pé, à beira da cama, sem nada mas com tudo o que precisa. Suores, o supra sumo de uma evolução. Ainda mais fodido na medida em que sobrevive, sem espinhas, no mundo onde não há escolhas. Todos os outros, de sangue quente, concluem a crueldade de um caminho, uma opção ainda mais bizarra; não se foge à monstruosidade de ser vivo. Ela tenta, e quase consegue.

Quem é que vamos chamar quem é?

As pessoas que estão ansiosas pelo trailer do novo Ghostbusters já se começam a reunir.

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Aquecimento da beijaria

O dia dos namorados é só amanhã mas para aquecer ficamos já com o linguadão que o Richard Gere espeta à Julia Ormond no First Knight. Foda-se ainda hoje tenho pesadelos com este papanço.

Não é apenas mais uma casa

Já estive a procurar, não morreu aqui ninguém. Diz ela. O que reconforta sempre: saber que não é a merda do fantasma de uma gaiata que se matou, ou que foi assassinada e enterrada junto à nespereira. E que agora quer avisar os novos residentes que o cabrão vive no fundo da rua, ao lado da tabacaria. The House on Pine Street ganha logo aí, ao conseguir voltar a uma casa, simplificando. Reduzir aqui é ampliar. Um pouco como The Innkeepers, em que os fantasmas somos nós, construções exageradas dos nossos medos. O importante, aqui e lá, é perceber isso a tempo.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Não deixa de ser uma viagem

Nem foi tanto a falta de sub-texto. Ou melhor, o problema é que a falta desse sub-texto levou a um decréscimo da classe gargalhal. Trocando por miúdos, a simplicidade faz com que o filme tenha muito menos graça. E um elemento essencial da casa é a subtileza, de referências inacreditáveis, de piadas fora do tempo que apenas naquele clique fazem sentido, é o toque inigualável que no jovem Arlo se perde. Ganhamos porém aquela que é a obra visualmente mais bonita, com texturas que nos deixam de punho na bochecha, ao som daqueles toques de western. A viajar, o que já não é nada mau.

Só falta agora o terceiro The Collector

Porque no que toca a purgas estamos de barriguinha cheia. Um primeiro filme mediano mau, que deu lugar a uma malha saudável, que soube expandir o universo de forma inteligente e satírica. Um protagonista sólido, ruas desoladas, e os gritos, a sociedade sempre a encontrar o seu caminho, mesmo nas mais bizarras regras. The Purge: Election Year mantém os pontos fortes do anterior, com adição máxima: política. Sempre lá, mas agora ela própria em jogo, no jogo. 

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Tão isto

Nunca tinha postado com o "tão isto" no título, e como o "tão isto" está na moda, decidi arriscar. Tipo é tão isto. O próprio tão isto é tão isto. E sabem o que também é tão isto? Os Miguéis no cinema de Hollywood, são sempre sul americanos, depois numa ligeira variação saltitam entre maus do boxe e jardineiros. Há também o rancheiro do Tremors, que dadas as circunstâncias é o meu favorito.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Nicholas Sparks contra ataca

O gajo acordou, trailer do Me Before You, um filme com a Khaleesi a fazer de feia e o Finnick a fazer de tetraplégico. Ela vai cuidar dele e depois apaixonam-se e é difícil e uma choradeira do caralho. Ele ficou todo fodido: mas como é que eu não me lembrei disto?! Como???? NOOOOOOOOO!! E na sua raiva adapta logo nessa tarde mais um dos seus 479 livros: The Choice, com uma história em que eles se apaixonam mas depois ela fica em coma. Meteram-se com o mestre, agora chupem.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Dos finais com história

O nome dela não é a brincar

Let Us Prey é daquelas malhas mais e mais retorcidas. Irlandês, pequenito em orçamento e cenário, apertada esquadra, mas amplo em presenças, Liam Cunningham e um borrachão chamado Pollyanna McIntosh. Senhora do The Woman, que eu ainda não vi. E assim se cria um bom pretexto, para em loop nunca sair do género. Perceberam como se faz? Pronto, esta é à borla meus lindos.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

A excelente emoção dos oitentas

Foi numa das muitas sessões de gravação do melhor podcast de cinema do mundo - nós os três não nos falamos, tipo a malta dos Scorpions, cada um grava sozinho em separado e depois o meu primo Hélder junta tudo - que caí em mim e no escuro facto de nunca ter visto Bill & Ted's Excellent Adventure. E é quase com uma nostalgia lamechas, quase quase na pelúcia, que me dou por vencido, ali à beirinha dos 90. Como se aquele último ano fosse a despedida, uma súmula da enorme aventura que foi crescer e viver cinema, com respeito pela história e sua importância mas com a ingénua coragem de um futuro. De ser também personagem. E é aqui, que de punho erguido, qualquer blogger pensa de imediato em mudar o mudo.

Tanta higiene

Spotlight é o Argo deste ano. E o Argo já era outro filme sequinho qualquer que eu não me lembro para dar como exemplo. Incompetente. Eu e um bocadinho o McCarthy. Um gajo que vem de obras tão pessoais, tão devotas à personagem, às suas angústias e diferenças, cai na fé do relato jornalístico. Como se a denúncia bastasse para chocar, e o resto pudesse acompanhar discretamente essa marcha. É mais um para a história, do rei vai nu e com a barriga cheia de óscares.

O rapaz que está um ano atrás e não sabe

O que acham dos nomeados? O Boyhood tem hipóteses ou será que o Birdman limpa isto tudo?