quarta-feira, 31 de outubro de 2012
Bond precisa-se
Eu sou uma das doze pessoas que gostou de Quantum of Solace. Uma das quatro que gostou bastante. Não só emparelha com o seu antecessor de forma inteligente como se despacha. Despacha-se a vingar. Há pouco a dizer sobre a vingança, há pouco a dizer sobre o Bond de Craig. Daí lhe assentar tão bem esse tiro.
Skyfall de Sam Mendes não soube trabalhar com as ferramentas que tinha em mão. Deu uma tarefa 3D a um actor bidimensional. Pediu-lhe densidade, pediu-lhe o peso da idade. Costurado por debaixo da pele, não nos diálogos, não nas feridas, por debaixo da pele. E Craig não consegue, não é dele. Está lá para seguir em frente e derrubar paredes. Não para lutar com fantasmas. Custa então, ver o mais bonito filme da saga - visualmente arrebatador - vir de quando em vez à superfície mostrar o que poderia ter sido. Abdica da bond girl mais interessante - vergonhosos dez minutos - e utiliza a lista (mais que mastigada) dos agentes infiltrados. Mas quem faz não vê? Quem faz não vai ao cinema? Não sabe que queremos ser puxados, estimulados. Chegamos a vibrar quando o plano de Bardem se põe em marcha mas rapidamente tudo se reduz à tentativa da ideia. Rapidamente voltamos ao desalento. Olha que engraçado, é a Moneypenny. Pois é, mas isso não chega.
terça-feira, 30 de outubro de 2012
Uma nova esperança de novo
Lucas disse agora que sempre acreditou na vida de Star Wars para além dele. Ele e eu. Quer dizer não acreditava mas desejava com muita força, muita muita, tanta que se realizou. Ah mas é a Disney meu deus e agora. Amigos, sossegai, pior do que ele fez com a trilogia das prequelas é complicado. Hayden Chirstensen já não pode entrar, o Pattinson está ocupado a brincar ao cinema de autor e o Jar Jar Binks cronologicamente já deve ter falecido. Boas notícias. Por fim, com o barba branca fora da cadeira há a hipótese de um realizador a sério se fazer ao lugar. Isso até é porreiro.
sábado, 27 de outubro de 2012
Nomeados TCN Blog Awards 2012
Aí estão elas e aqui o estaminé sacou uma para Melhor Blogue Individual Cinema/TV. Enorme honra, não só por estar ao lado da Jennifer Lawrence mas por partilhar tela com alguns dos meu blogues cinéfilos de sempre. Diários firmes de uma maneira de escrever, pensar e ver o cinema. Vénia meus senhores. Realce também para o TVDependente, a minha outra casa, com nove nomeações em várias categorias. Agora venham os votos para depois vir a festa. Até lá.
terça-feira, 23 de outubro de 2012
Os gauleses de 2002
Vieram mais e agora há um, novo. O trailer assusta, com as piadas clássicas e as repetições infantis. Parece tão mau que o parece quase quase que desvanece. Porém traz boas memórias, aquelas da Missão Cleópatra, uma das grandes comédias da década que passou. Recheada de músicas épicas e momentos geniais, deixo convosco um deles, o da lagosta.
Eles, os loiros
É o tal dito dos palmos e dos homens. Apanhamos a dica, quase num tom festivo, para depois passarmos a um festival de violência. Seco, angustiante, a fugir do diabo em pessoa, loiro e alto. A intriga vem depois na resposta e finalizamos de novo com a questão da altura. É da Noruega, este thriller tornado que nos deixa amplamente saciados. Excelente.
No negro é que está a virtude
O primeiro não me encantou e o segundo foi uma gigantesca desilusão. Cor a mais, vilões a menos. Falhas aparentemente corrigidas neste primeiro aperitivo do terceiro capítulo. Uma verdadeira descida aos infernos, com direito a mau destrutivo e frases épicas. Promete.
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
Sequelas sem jeitinho nenhum (17)
O Crocodilo nunca conseguiu singrar verdadeiramente enquanto criatura que come pessoas e assusta muito. O público sempre se inclinou mais para tubarões, lobos, cobras. Porém não foi por falta de tentativas. Em 1999 a Bridget Fonda e o Bill Pullman juntavam-se numa mistura de comédia e terror - pelo menos é o que diz o imdb, eu não me lembro de rir - onde um crocodilo do tamanho de um autocarro da rede de Expressos começa a comer pessoas num lago. Acaba com uma velha a alimentar crocodilos pequeninos. E pronto sequelas. A primeira das quais só 8 anos depois, produzida pelo canal SyFy e com um elenco completamente renovado. Não encontro a sinopse. O Lake Placid 3 porém já é claro no que toca à história: killer crocodiles and their offspring terrorize residents of a small community. E basta. Atenção à tagline. Por último Lake Placid: The Final Chapter é continuação do terceiro, não tem poster mas tem o Freddy Krueger. Melhor que nada.
Imparável
As reticências já se foram. Junto com as ressalvas, sanita abaixo. Homeland voltou com uma força que nos atira ao chão e nos cola ao tecto. Já? Mas já? Perguntamos, habituados ao ritmo estabelecido por outrem. É o momento, vivido a mil, trocando ideias e oferecendo surpresas. Uma tour de force de um aparente conceito gasto. Absolutamente imperdível.
domingo, 21 de outubro de 2012
É sempre um acontecimento
Não creio que ele esteja cansado. Muito menos preguiçoso. Acho sim que ele acorda todos os dias com todas as ideias do mundo, a quererem fugir, para todos os cantos da rosa dos ventos. Flui e como flui assim ele as molda, que nem escultor suado para que nada escape. Claro que tal amontoado de pedra nem sempre dá escultura uniforme, concisa e certinha. Woody Allen é constantemente traído pela extensão do seu imaginário, daí o gráfico que sobe e desce. Agora, mesmo quando desce, caso do seu mais recente To Rome with Love inferior a Midnight in Paris, permanecemos no campo mais estimulante do cinema americano. Constantemente a quebrar as barreiras da tela, as regras narrativas, os limites do absurdo, e de repente estamos a falar com uma versão futura de nós próprios ou a tomar um duche enquanto cantamos ópera, na ópera. É um poema, feito não só da memória mas também da sátira, do que passou e do que vem. Uma actualidade clássica que só ele detém.
Muito quentinho
Depois da caixa mulitbanco, do elevador e do teleférico na neve eis que surge a sauna como novo sítio idiota para ficar preso num filme de terror. A história mete gajas de biquini e gajos de calções presos numa sauna porque um senhor de barbas é mau e teve de os prender. Para a próxima já sabem: escolham sempre o banho turco.
Espremer
Depois de espremido, o trailer de Holy Motors oferece uma estranha polpa e um viciante sumo. Este último na forma de Come With Me Now, canção para ser bebida de penálti. Sem medos.
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
E o prémio de trailer mais horrível do ano vai para
Quando se pensava que a série da CW tinha sido a gota de água no copo Bela e o Monstro, eis que surge uma comédia romântica que aluga sem vergonha o trocadilho fácil. Uma pessoa curiosa, cai depois na esparrela. Vê o poster - o primeiro a ter duas taglines com dois tipos diferentes de letra, sendo que a que está a preto não tem lógica - e vê o trailer -vê se conseguir chegar ao fim, tão duro, tão duro. Depois é a depressão acompanhada de um Californiiiiaaaaaa.
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Escala de Reacher
Nem a dureza de Bourne, nem a pinta telefónica de Liam Neeson. Daqueles abalos que nem se sente.
Everybody’s talking in their sleep
Impossível não associar esta à outra gema indie, que também se atreve a guiar no cruzamento de géneros. Sound of My Voice pegava na ideia do culto - a crença enquanto motor - para questionar. Denso, fechado nos espaços, aberto a múltiplas interpretações. Safety Not Guaranteed pega na premissa do real anúncio de jornal para correr no campo. Nu. Que nem louco. Sem qualquer tipo de receio do negro, da ficção, da comédia ou do romance. Com um magnífico casal protagonista o filme mostra várias faces, o processo da cura, a viagem em concreto, temos tudo para depois escolhermos o metafórico. Para mim o barco é só um barco e a frase "a missão foi actualizada" grava um dos finais mais fantásticos que vi este ano.
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Permanecer humano
Supostas condenadas, uma da idade, outra da velocidade, ofereceram de novo o brilho que a segunda-feira sempre mereceu. Dexter e sua revelação, mudaram não só as regras do jogo como conseguiram trazer de volta a fotografia primorosa e os diálogos aguçados. Arrumaram a casa e o episódio número três é o melhor momento do serial-killer dos últimos três anos. Por outro lado The Walking Dead com um arranque avassalador, K.O. técnico ao resto, cheio daquilo que a série deve ter: porcaria, morte e, porra, zombies! Aos molhos! Seed é um magnífico exemplo de que a mão muda tudo: os silêncios, o cansaço que deixa o transpirar nos rostos, há mais personagens aqui, neste início, do que na segunda temporada inteira. Porque no fundo sempre foi isto, sobreviver, mudar num mundo que não é o nosso e tentar ficar, de uma maneira ou de outra, humano.
Mais um arroto
É assustadora a forma elementar como a comédia (dita mainstream) americana se apresenta perante o público. Não passa de uma colecção pobre de piadas brejeiras, feitas para o riso prático, imediato. Para o reflexo, como se o arroto fosse sempre motivo de gargalhada. Esquecem-se os diálogos. Esquecem-se grandes actores, ficam bonecos, packs de amigos que se vão juntando e cruzando os filmes uns dos outros. Quem paga? Nós, nós e as grandes ideias. Como The Watch, engenhosa premissa, possível promessa de um novo Ghost Busters, que se deixa cair na rotina: sempre que se sentimos um bom momento lá vem a pilinha ou a masturbação. Para os tontinhos de cá poderem rir. É pena, porque existia de facto nesta patrulha de bairro algo bem maior.
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
This is from Mathilda
O álbum insiste em voltar ao início, incrustado no interior do meu rádio. Então, de novo, a Matilda e nela sempre a questão: quem é a rapariga? Era hoje que se respondia e ao responder regressei a Léon e aquele final. À frase de despedida que aqui vira verso. Ao adeus violento que aqui vira poema.
Todos nós gostaríamos de conseguir traduzir, a determinada altura, determinada cena/filme/paixão, numa linguagem universal e justa. Alt-J fizeram o brilharete. Bravo.
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
Apanhem-na se puderem
Estou numa fase da minha vida em que dizer não a Melissa George não é opção. Terno beicinho que foi crescendo até se tornar paixão adulta, cheia de respeito e essas coisas admiráveis do admirável reino da admiração. Uma senhora, que agora encabeça um dos pilotos mais interessantes da temporada: Hunted. Traições, espiões numa espécie alucinante de Kill Bill conhece Mission: Impossible.
terça-feira, 9 de outubro de 2012
Todos os dias, à mesma hora, a luz sobe no céu
Flare é uma história que vai muito para além de uma realidade às escuras. Estende-se e completa-se. É um mundo/conceito onde nos podemos inserir, construir. A interactividade como ferramenta essencial nos novos campos do entretenimento. Para já, todo o conjunto, premissa e episódio piloto, é bastante apelativo. Para entrar sem receios.
Contem-me algo que eu não saiba
Ontem, notícia de que Katee Sackhoff marcará presença naquele Expendables feminino. Grande surpresa. Qualquer dia surgem em pulgas com a revelação de que Michelle Rodriguez também lá irá partir umas bocas.
Já estreou
"Momentos de Mudança acompanha vários portugueses até ao instante em que experimentam viragens profundas e marcantes nas suas vidas." [F]
domingo, 7 de outubro de 2012
Selvagens na gaiola
Tem actores mauzinhos, constatou o meu irmão mesmo antes da luz apagar. Em jeito de aviso, em jeito de "já me entalaste de novo".
Momentos muito complicados. Pareciam os descobrimentos do terror: descobri um gajo ainda pior que o Taylor Kitsch, que é o amigo do Taylor Kitsch e que por isso aparece muito tempo no filme; descobri que o Benicio Del Toro é mau actor; descobri que a Salma Hayek está viva; descobri que a Blake Lively é ainda mais hot; e descobri que o Oliver Stone não consegue fazer um filme bom neste milénio. Perdeu a tesão. Perdeu o jeito. Ouvem-se ecos, vêem-se salpicos de um artista que já não sabe como criar. As interpretações de supermercado não ajudam, mas o resto é pobre, falta ritmo e acima de tudo punho. Vontade para nos atirar aquele saco selvagem de gente.
Sobra a música. A eterna padroeira de casos perdidos.
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
Alguma pinta
É mais clássico, a rimar com a laca do cabelo. Do cabelo da Adele. Não que isso seja mau. Há mel e fel, assim a escorrer pelas paredes, mesmo à Bond, mesmo à James Bond.
O apelo
Hank Deerfield: Do you know what it means when a flag flies upside down?
School Janitor: No...?
Hank Deerfield: Its an international distress signal...
School Janitor: No shit?
Hank Deerfield: No Shit! It means we're in a whole lot of trouble so come save our asses 'cause we ain't got a prayer in hell of saving it ourselves.
School Janitor: It says alot...
Hank Deerfield: Yes, it does...
Vamos lá ao que interessa
Está lá a sinfonia. Está lá o McClane. Mas o que todos realmente pretendem saber é: vai Julia Snigir - a miúda da mota - ser a Miss Outubro aqui no Créditos Finais? Vai sim senhor amigos, vai sim senhor!
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
A boa onda
Por querer ser excessivamente inofensivo acaba por ser excessivamente neutro. Não entra, quando podia. Não estraga, quando devia. É aquela boa onda não muito vista deste lado do oceano. Para sorrir claro, mas acima de tudo para ouvir.
terça-feira, 2 de outubro de 2012
Folhados mistos
Há um café, na Gare do Oriente, que tem os melhores folhados mistos do mundo. Desde que me lembro de comboios, e do local, que eles são assim. Pequena delícia escondida na correria das vidas. Sempre que lá volto eles lá continuam, divinais. O mesmo acontece com a saga Bourne, os anos passam, até de protagonista se troca e a verdade é que saio sempre do cinema mais do que satisfeito. Thrillers artesanais, feitos com o cuidado de outrora, mantendo o nervo e narrativa sempre num constante ferver. Venham mais folhadinhos que eu cá estarei.
Nem que se faça uma petição
O Miguel lançou o apelo. Eu subscrevo, com todas as minhas forças e canetas, e força nas canetas. Quero lá saber que o filme seja uma comédia ou que mude de realizador todas as semanas, é imperativo é ter Kekoa. Hoje e sempre.
Ainda te oiço
No início entramos logo. Perante segurança apertada, com estranhos rituais, tudo branco, tudo limpo. Pouco passou, já estamos no culto. Incrível como Sound of My Voice nos consegue arrastar para lá: para a constante dúvida, para o absoluto impasse. Para a ideia do ideal. Fazemos parte de tudo. Assistimos à união e à posterior fragmentação. No final deixam-nos e fogem, para que agora com as ferramentas consigamos construir uma lógica. Sublime interpretação de Brit Marling. Sublime obra de muitos géneros que se destaca como uma das pequenas grandes surpresas de 2011.
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Filha de peixes
Chama-se Dakota Johnson. O nome denuncia o pai, Don, o rosto grita pela mãe, Melanie. É o novo borracho da FOX, naquela que é possivelmente a melhor estreia cómica da temporada, Ben and Kate. Para suspirar com a máxima atenção.
Eu já nem sei
Olhem, se for tudo tão engraçado como o ursinho entesado ou como este anúncio de apresentação então vai ser mesmo mais uma noite bem passada.
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