domingo, 16 de julho de 2017

E durante todo este tempo era o macaco que tinha a chave


Afinal era tão fácil. Bastava virar a câmara. Mudar de sujeito, objeto, foco. Esquecer, finalmente, os James Francos, Freidas Pintos, Jason Clarkes e Keris Russells desta vida, pôr de lado a pastelice humana e apagar a fé. Admitir e finalmente circunscrever um protagonista, o protagonista: Caesar. E começando no que poderia ser uma perna mais curta, uma falta de orgânica, os efeitos especiais que dão vida a esta malta estão absolutamente maravilhosos. Não me lembro de recentemente ter ficado tão absorto e convencido pelo digital e pelo fabricado. Apoiados por cenários muito inteligentes e austeros, levando-nos rapidamente ao segundo ponto. O argumento. Leva o debate, o cruzamento, do que é ou não humano, pensante, digno e verdadeiro para outro nível. Baralha os olhares e no meio da luta quer realmente deixar algo, muito cinzento. Para além disso, o material promocional foi macaco - foda-se que trocadilho - e escondeu o filme, dando apenas pistas. Resultando então naquele que é sem dúvida o blockbuster mais interessante do ano.

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