Quando o entusiasmo se concretiza, o chamado hype, só me apetece abraçá-lo, fazer-lhe festinhas e pedir-lhe desculpa. Enquanto aqueço um galão e volto a pôr as torradas para baixo. Get Out é real, muito longe das tusas do ano passado com Don´t Breathe, e muito perto do cagação. E lavados os pratos isso é que nos interessa. Obviamente, que o filme respira de uma inteligência técnica, na sua edição, e narrativa, no modo como conduz a crítica social, racial e política. Americana. Está tudo lá - talvez não fosse preciso estar tudo tão escancaradamente lá - mas para além do seu texto, vive um intenso e estupendo conto de horror. Com as pausas e tempos certinhos, resolução limpinha, mitologia semi-fresquinha, falta de ar quando nos afundamos e bolsas de oxigénio no arco cómico do seu amigo - que resulta surpreendentemente bem. Não fujam, este é à confiança, pago eu.
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