terça-feira, 6 de outubro de 2015

Vamos falar daquele início?

Arte provocatória ou lixo pretensioso? É esta a inteligente - e essencial - questão que vive no título desta crítica ao regresso de The Leftovers. Inteligente na medida em que resume os pontos de vista, e essencial na medida em que precisamos de os ter connosco. Não podemos fingir, ou mergulhar neutros na piscina. Temos de ir para o terreno, para a rua, discutir, cuspir e voltar a pensar. São guerras tão necessárias como a água, e só saem de quando em quando. A série, como aqui já tinha versado, arrebatou-me rapidamente, segurando-me bem até ao final. E o que este recomeço faz, não é apenas um agarrar, é espremer contra o peito. Subir e voltar a descer, até não podermos mais de estímulos, pistas e novos. É tudo novo. Nova intro - ironicamente maravilhosa - novo sítio, novas personagens - intensamente incríveis -, novo plano. Dentro da metáfora do desaparecimento, uma nova construção. Com seus novos ritos, mitos e símbolos. Mulheres das cavernas, pássaros em caixas, raparigas nuas na floresta, cabras degoladas em cafés. De onde vem tudo isto? Provocador na medida que se eleva e que se procura noutros campos. Arte, pois nessa demanda não deixa de ser fiel aos seus escritos, ao seu luto, ao que quer Mr. Robot é a ficção mais importante do ano. Aproveitem-na enquanto dura.
extrapolar. A par com

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