sábado, 30 de agosto de 2014
Mantenham-se nas rochas amigos
Gostava de um dia percorrer a estrada noticiosa e não espetar os cornos num reboot. Sagrado como cocó de andorinha, lá estão eles a sujar as marquises do nosso sossego.
quarta-feira, 27 de agosto de 2014
Waitin' On A Sunny Day
Desculpem lá, não ser sempre assim, diz Draft Day a todos os corações 90, enquanto acerta asseado na cortiça. Montagem traquina mas serena, díptica mas coesa, a agarrar bem os diálogos e a pressão do relógio. O peso distribuído em cima de Costner, do velho, e do novo que é velho, do seu lugar aqui e agora. Ele sabe isso e brinca com o jogo, ele sim o verdadeiro Expendable. Era isto uma tarde ou outra, e o nosso descanso seria risonho.
Todas as cores no branco
O poster é quase tão elegante como a protagonista. O filme, infelizmente, não segue essa tendência e deixa-se atafulhar na ganância. À espreita de uma identidade apressada, para não engelhar. Talvez num formato maior, com mais espaços, o espaço não fosse tão frustante.
Acho que agora até já há o maiores de 14
Ainda não vos contei que quando fui ver o Dawn of the Planet of the Apes uma gaiata começou a chorar. Escuro, floresta, veados. Tudo bem, pacífico, um quase silêncio com os últimos estúpidos a arrotar enigmas. Veados a pastar, e de repente macacada com fartura. Ahhhhhhhhhhhhhhh! E vá choro! A mãe: calma, calma, já passou! Já passou já, toma lá com um urso nas fuças. Ahhhhhhhh! E sairam da sala.
quarta-feira, 20 de agosto de 2014
Painel "O Dia em que o Marco bateu na Sónia" na Comic Con Portugal
Está confirmado!Realizador, elenco, produtor e mais uns quantos gajos que ajudaram, marcarão presença na Comic Con Portugal. A 7 de dezembro o painel "O Dia em que o Marco bateu na Sónia" promete surpresas, trailers, cenas, cenas escondidas e novidades em relação à (já inevitável) sequela.
terça-feira, 19 de agosto de 2014
Take MGM 90 Anos
O rugir do leão, a assinalar as 36 badaladas. Chegaremos claro às 90, mas agora é parar para saborear.
Twice
Procurei só um bocadinho, não me ia aborrecer em demasia, mas não encontrei nada que justificasse o título português de Begin Again, Num Outro Tom. O realizador é o mesmo, é sobre música e músicos, mas vá lá. Por favor. Já viste No Mesmo Tom (Once)? Não mas já vi no outro. No outro é melhor que no mesmo, e por aí fora. Não se pode parir assim uma biologia oh reis da preguiça.
sexta-feira, 15 de agosto de 2014
"A Lagoa Azul 4" procura par principal
Não sabia que A Lagoa Azul era um remake. Sabiam? Se calhar sim e eu é que ando aqui a brincar com esta merda. Mas dano corrigido e toda a enciclopédia desta trilogia agora em dia. Daí, ser imprescindível anunciar um novo capítulo, filmado cá em Portugal, que por motivos orçamentais não vai ser numa lagoa mas sim num charco temporário. Para não fugir à marca, o nome mantém-se: Lagoa Azul 4. A produtora abriu hoje um casting relâmpago para o duo protagonista que se vai ver perdido num ilhéu ao largo do Algarve. Depois há um charco, e beijaria, e uvas, e cenas. Ansioso.
Como amar meio filme
Desde The Innkeepers que um micro despertava tamanho macro. Terror e contradição, respectivamente. O filme do Ti West quase que tem desculpa, ou melhor, é fácil perdoar (agora que olho de longe). O caso de In Fear é mais delicado. Estreia cinematográfica de Jeremy Lovering, que à semelhança do género dentro do género, reduz a ação a dois atores e um carro, às voltas. Perdidos, num confuso labirinto de árvores apertadas e indicações erradas. O problema é que bem antes do terceiro acto, tudo se monta para o inexplicável ou metafórico. Os segredos do passado, o regresso ao mesmo local, a roupa, as figuras mascaradas. Explicação quase exclusiva de outro significado. Nunca mero plano de mente distorcida. Isto não é o Eden Lake. Mas, muito rapidamente, atribuem as culpas tipo lista de supermercado e o problema resolve-se. Queria muito, mas mesmo muito, que houvesse apenas a dúvida, para eu continuar com o carro ligado.
quinta-feira, 14 de agosto de 2014
O Kevin Bacon, que pôs toda aquela gente a dançar
Irrita sempre a tentativa redutora da vilania. Uma pedra, um corta unhas, um aspirador, terrível porcaria que acaba com o universo. É uma, duas, todas as vezes da nossa pachorra, até o plano deixar de ser real. Como diz Gyllenhaal em Enemy, da primeira vez é uma tragédia, da segunda uma farsa. Mas, apesar do típico, Guardians of the Galaxy consegue, mesmo a rasgar, no limite das forças e regras, apontar a narração para um grupo e suas problemáticas. As línguas, a comunicação, trabalhadas de forma hilariante - mas porque eles têm um pau enfiado no cu? - até conquistarem o filme, a audiência. Descendo aos infernos possíveis do clássico, voltando atrás para apanhar um walkman ou dançando sem tempo na cena de abertura. Vamos lá, come and get your love.
quarta-feira, 13 de agosto de 2014
Não falo
Não falo, de um certo grupo de filmes. Não falo, não porque a voz se foi. Essa é fácil, aldrabar palavras, seguidas de pontos e seguidos de outras palavras. Não falo, ou falo a fugir, esperto das imagens ou músicas. A tentar aliviar uma esfera que nunca será contida. Não falo. Tinha 10 anos quando a minha mãe me levou a ver O Rei Pescador. Do quanto gostámos e vivemos, disso não falo. Obrigado Robin Williams, até sempre.
terça-feira, 12 de agosto de 2014
Cinema Animal - Porco
Cinema Animal é a nova rubrica do Créditos Finais. Sem maçar, trata-se de um desafio proposto a três ilustres da blogosfera nacional, onde eu digo o animal e eles o filme. Basicamente é isto. E para dar o pontapé de saída eu grunhi PORCO. Vamos ver o que eles responderam
Aníbal Santiago
Aproveito desde já para agradecer ao Miguel Ferreira por me ter convidado para participar nesta iniciativa, não só por ter considerado a mesma bastante original, mas também por me ter proporcionado a oportunidade de rever "The Simpsons Movie", uma obra que já não via há algum tempo e voltou a divertir-me imenso. O filme não é centrado num porco, o animal do mês desta iniciativa, mas sim na família Simpsons, composta por Homer, Bart, Marge, Lisa e Maggie, embora o primeiro adopte um simpático espécime suíno. Refiro-me claro está ao "Spider-Pig", também conhecido por "Harry Plopper" e "Plopper". Este é um porco que Homer adopta quando o encontra prestes a ser morto num restaurante, protagonizando com este alguns momentos memoráveis, entre os quais quando o coloca com as patas pelo tecto a cantar "Spider-Pig" como se este fosse o "Spider-Man". Diga-se que durante parte da narrativa ainda encontramos Homer a mimar o "Spider-Pig", penteá-lo e até a dar mais atenção do que aos filhos, até resolver despejar um silo com esterco do seu animal de estimação no lago, algo que conduz a que o espaço fique com uma poluição brutal, conduzindo o presidente Schwarzenegger a ordenar a colocação de uma cúpula em Springfield para separar a cidade do resto do país. Homer logo é descoberto, tendo de fugir com a família, em momentos bastante aparatosos, embora com algum humor, até os Simpsons se verem na obrigação de salvarem o dia. Adaptar uma série televisiva ao grande ecrã não é tarefa fácil, algo que explica a demora dos famosos "The Simpsons" chegarem ao cinema, com o argumento a sobressair acima de tudo por conseguir apresentar uma história que se aguenta relativamente bem ao longo da duração, ao mesmo tempo que consegue captar "o espírito" da série. Não falta muito humor negro e elementos provocadores (não faltam piadas em relação a homossexuais, negros, Religião, Governo dos EUA), várias referências a elementos da cultura popular, alguns convidados especiais, ao mesmo tempo que a extensão da narrativa a cerca de uma hora e vinte permite abordar temáticas relacionadas com os valores familiares e a preservação do meio ambiente que não poderiam ser exploradas da mesma forma num episódio. Marcado por um humor corrosivo, a espaços politicamente incorrecto, um trabalho a nível de animação mais aprumado do que na série, uma história agradável e algumas mensagens relevantes, "The Simpsons Movie" é a prova que estes personagens têm muito para nos dar no grande ecrã.
Pedro Cinemaxunga
Os anos 90 foram carregados de estranhos animais geneticamente modificados para atingir os mais mirabolantes objectivos. O golfinho telepata psicocoiso do Johhny Mnemonic deu cabo do juízo ao Keanu Reeves, os hibridos canguru-humanos fornicaram a colega de Tank Girl em glorioso gangbang, dinossauros de Jurassic Park e outros devaneios alucinogénicos de uma Hollywood à procura de filões, quando as fórmulas dos anos 80 pareciam definhar. Foi, no entanto, um pormenor de cenário de um pequeno e fracassado filme que me ficou a martelar o cérebro anos a fio: os porcos cúbicos de Space Truckers. Neste glorioso épico esquecido, um grupo de camionistas tenta salvar a galáxia de um vilão espacial com capacidade de obliterar o que bem lhe apeteça. Esquema de filme de camionistas dos 70s, com a subcultura bem representada por Dennis Hopper onde só faltaria Sam Peckinpah na cadeira da realização, agarrado a uma garrafinha de JB, para atingir a perfeição. Ora este excelso camionista representado por Dennis Hopper transporta porcos geneticamente modificados em formato cúbico (ou quadrado como erroneamente costuma ser referenciado por cinéfilos com fracas bases de geometria) para aumentar a eficiência do transporte, reduzindo espaço encaixando-os perfeitamente. Não tem grande importância do ponto de vista narrativo, mas é algo que nunca mais ninguém se esquece. Porcos cúbicos…
A popularidade do porco no cinema deve-se a dois factores: a capacidade que têm de fazer desaparecer completamente um corpo (como tão bem se exemplificou em Snatch) e a sua carga simbólica de animal impuro e sujo que serve frequentemente de metáfora fácil ao realizador preguiçoso. Resta-me ainda deixar grandes exemplos de performance de porcos na sétima arte, sempre liderados pela fabulosa rainha miss Piggie. Razorback, terror australiano movido a mega-javali assassino, a divina cabeça de porco de Lord of the Flies, os porcos geradores de energia (metano) de Mad Max 3, Babe esse saudoso subproduto do mesmo realizador de Mad Max, o porco comilão de Gato Preto Gato Branco que serve para marcar a passagem do tempo e definir a bizarra cronologia do filme e Sarah Jessica Parker em Sex and The City 2.
aquilo de que mais gosto no porco é a maneira como o seu simbolismo foi mudando ao longo da história. disso e do bacon. mas centremo-nos no simbolismo, por enquanto.
se para os antigos egípcios e gregos o porco era um dos maiores símbolos de fertilidade, para os cristãos passou a ser sinónimo de preguiça e ganância. na china antiga era sinal de força e virilidade; hoje judeus e muçulmanos consideram-no um animal tão sujo que nem lhe comem as carnes.
e depois há esta agravante curiosa na língua portuguesa, onde o porco animal teve o azar de ser homónimo do pouco limpo, do reles, do impuro, do obsceno e indecente. na mesma entrada do dicionário, o porco é mamífero e badalhoco.
isto tudo faz-me lembrar no cinema o goodfellas. filme com tanto de virilidade como de ganância. argumento sujo e corajoso, interpretações brilhantes de porcos gananciosos, obscenos, impuros e ao mesmo tempo pondo à prova os limites das noções de lealdade. um um filme que tem um don’t touch my girl moment, tem violência, tem sexo, tem coragem, tem (in)justiça, tem o joe pesci com o seu how the fuck am i funny, tem uma banda sonora fabulosa e que acaba ao som do my way interpretado pelo sid vicious. enfim, uma deliciosa matança do porco elevada a obra de arte.
E queria muito este poster
Todos os dias batia tecla repetida, a ver se já lá estava. Se era o dia. Coherence, foi, depois de Oculus, a minha maior obssessão. Pré visionamento. E quando a saliva enche tal taça, as estrelas ganham outro atrito na saída. A dificultar, +1, pequenina pérola com uma história e um mecanismo muito idênticos. Faz o teu melhor, disse eu baixinho. Fez e refez, toma e embrulha. Magnífico exercício scy-fy, que à semelhança de Primer faz tudo com pouquíssimo recursos. Usando habilmente o quotidiano, os objectos, referenciando-os como símbolos, jogando e trocando, sentado numa ideia simples. Inacreditável e competente uso da ideia. Desde sempre apaixonado. Mais não digo, agora a lanterna é vossa. Um dos favoritos de 2014.
sexta-feira, 8 de agosto de 2014
Acasalar
A vontade é carregar a casa de quadros. Pintá-la de alto a baixo, frame a frame. Porque no poema o que fica é a cor. Click, com estatuto de tesouro. Dá pena ir embora: não pelo coração que lá não fica - friiiioooo - mas pela íris que passava lá o resto da vida.
quinta-feira, 7 de agosto de 2014
Um dos grandes episódios do ano
The Leftovers não é para a vida, nem para se esticar em montanhas e grandes paisagens. É refúgio, um affair mal resolvido do que nos resta. Do que resta. Logo pessoal, arrancando mais ou menos de acordo com os nossos tristes corais. Agora, o que é de facto universal é a capacidade rara de contar, circularmente, pequenas histórias. Muito como Lost (saudosamente) fazia, há aqui a capacidade de emprestar a cada episódio uma identidade intemporal. De coser uma narração que se encaixa mas que simultaneamente se liberta. Muito difícil, a façanha. E Guest - título sublime - é um maravilhoso resto de televisão: onde a resposta é o último abraço que interessa.
terça-feira, 5 de agosto de 2014
Deixar o Brazil
Primeiro só avisar que está encontrada a vestimenta idiota para a Comic Con de dezembro. Deste modo, quem se lembrar de ir assim, mande uma apitadela de forma a ser providenciada reunião e subsequente conjunto de fotografias neste animado encontro. Dito isto o filme é Gilliam e, sendo Gilliam, é minério. É sempre estimulante desafio, uma honra, delícia, assistir e viajar. A grande questão que, apesar de não afastar cansa, é a cerca. A fidelidade cega ao seu universo e que o faz - um pouco como Wes Anderson - andar às voltas, perdido de vontade por si mesmo. A ideia poderia deixar o circulo, continuaria a ser ideia e nós iríamos ainda mais longe.
Irónica pena
Gira e gira. É a inesquecível introdução que nos avisa. É inevitável, viver. E cansa, drena o sangue até à última gota de crença. Há um cansaço sedutor nestes dois pesos, que se vão conquistando e equilibrando para - como tão bem se entitula - sobreviver. Charme e comédia, em doses iguais, para podermos aceitar de corpo inteiro aquilo que somos.
Primeiras reações a "O Dia em que o Marco bateu na Sónia"
Apesar de a estreia estar marcada para dezembro, começam a surgir por essa internet fora as primeiras reações a "O Dia em que o Marco bateu na Sónia". Um visionamento surpresa e super restrito libertou os primeiras críticas, e meus amigos se elas são boas:
"Genial, divertido, irresistível. É o nosso Marte Ataca!"
"Diogo Morgado vai fazer história com este seu Sampaio."
"Violento, seco, hilário. Quando pensamos que acalma volta com ventos que nunca antes tinham sido soprados."
"Pega n' O Dia da Independência e na Guerra dos Mundos, enfia-os na retrete e puxa um autoclismo soberbo de reimaginação."
"Por favor, a sequela, imediatamente!"
"Um clássico instantâneo da ficção científica nacional."
"Marco conquista o pódio dos melhores heróis de ação da década."
"Rapariga eu parto-te toda. Quem nos parte todos é este filme!"
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