quarta-feira, 20 de junho de 2007

O gozo da tortura


No criativo teaser e no posterior trailer vimos que a premissa se mantinha a mesma: três jovens, desta feita do sexo feminino, embarcam numa viagem pela Europa acabando por cair numa rede macabra, sustentada por milionários perversos, que torturam e matam pessoas das formas mais variadas, de acordo com as suas mentes e taras mais doentias. E neste jogo os americanos valem mais, bem mais.

Parecia ser apenas mais do mesmo, mas penso que esta sequela é em tudo superior e preenche com frescura todas as falhas do seu antecessor. Em Hostel, temos uma introdução enorme, com a imagem de uma Europa composta por chulos, prostitutas bonitas e sexo fácil. Seriam estes os últimos pecados dos protagonistas, mortos depressa e sem ritmo, dando um estatuto demasiado bifásico ao filme, até à fuga final e à pequena vingança, que soube bem mas soube a pouco.

O primeiro sinal de que esta segunda parte poderia ser uma obra de qualidade foi o facto de ter fracassado nas bilheteiras americanas, aí disse, eh lá se calhar pensa-se um bocadito aqui. E sim! Hostel 2, tem uma introdução mais curta e já interligada com o que virá a seguir, tirando todo o proveito de estatuto de sequela que não precisa de introduções. Somos brindados também pelo outro lado, americanos sim, mas que pagam e que andam pelas mesmas ruas das vítimas à espera que estas estejam prontas. Esta acção paralela adensa a intriga e torna o festival do horror muito mais interessante e divertido.

Tem cenas de volência gratuita? Sim.

Muitas? Não, mas as que tem dão bem conta do recado.

Se recomendo este filme? Definitivamente, para fãs do género claro (eu).

Resta-me acrescentar que o final é em tudo gratificante e burlesco, tornando o menos óbvio na única alternativa possível, e assumindo o estatuto perverso salpicado de humor, daquele bem negro.
(pode surgir a questão: como é que ele já viu este filme se ainda não estreou em salas lusas? A resposta é esta: não sei do que estão a falar)

2 comentários:

João Gaspar disse...

Aqui sim, estamos a falar de cinema.

Como não sou pirata ainda não vi, mas é o meu filme preferido de 2007.

Miguel Ferreira disse...

Não sei quando chega cá amigo que não é pirata.Mas mais uma vez recomendo vivamente.