Aqui juntámos muitos ingredientes já testados, já provados e seguros de sucesso, e misturámos tudo na mesma panela. O resultado só poderia ser um bom cozinhado. É o CSI no hospital, é o Sherlock Homes dos médicos.
Temos um vilão, a doença, temos os heróis, investigadores, detectives, médicos, que tentam durante os normais 40 minutos eliminar o virus e salvar o doente do dia. Nasceu uma personagem forte e pouco usual nos rosto do versátil Hugh Laurie, que tem aqui o papel duma vida, Gregory House. Porque gostamos dele? Porque ele é o típico anti-herói, ajuda as pessoas mas é um sacana sem respeito por ninguém, salva vidas mas diz tudo o que lhe vem a cabeça e magoa os que mais lhe querem bem, gostamos dele porque ele não tem regras, não se constroi nos alicerces necessários para viver em sociedade e é nisso que por vezes nos revemos, nessa rebeldia e desejo da verdade.
Aliado ao mau humor, vem o toque da bengala e o estilo desarranjado que fazem dele capa de revista ao lado de rufias como Russel Crowe (os metrossexuais passaram à história). O fio condutor é simples, com pouco relevo para a vida pessoal das personagens, centrando-se mais no mistério do dia, andando em tudo o resto a passo de caracol.
A terceira série foi em tudo idêntica às anteriores, um final fraquinho, onde se assume completamente o estatuto de pequena bolacha que se pode comer em qualquer altura, completamente independente do pacote.
2 comentários:
"o Sherlock Holmes dos médicos"??
Ná!
O Mourinho dos médicos, isso sim.
Podíamos discutir o Dr. House durante horas, eu iria expôr as razões pelas quais não gosto e provar-te-ia que a série não é assim tão boa, apesar de nunca ter visto um único minuto dela.
Mas depois tu vinhas com aquela conversa da coerência e o camandro. E com aquele argumento estúpido preferido da minha mãe do: "pelo menos tens que ver para poderes dizer que não gostas!" e tretas dessas e a conversa acabaria por aí. Não vejo porque não gosto. Se não gosto porquê ver só para dizer que não gosto. Poupo o trabalho e digo já. Não gosto.
Ráis parta a coerência.
Mantendo a coerência, por acaso até gosto de uma coisa no Dr. House. O facto do herói ter uma costela (ou dez) filho-da-puta. E ainda assim manter-se como herói. Ao menos isso. Que para os americanos o herói tem que ser 100% idóneo, respeitador, mais o caraças. O gajo não. É filho-da-puta, mas tem razão, portanto que se lixem (lixem porque não gosto de dizer palavrões) os outros.
Enviar um comentário