sexta-feira, 16 de março de 2018

Querida não encolhi


Imagino aqueles que gostam do Alexander Payne? Coitados. Esses sim, penaram e bem, e muito. Eu, nunca vi nada e tal...oh merda para isto, claro que gosto do homem e claro que estou de coração partido com esta trapalhada do Matt Damon pequenino. Que começa tão bem no primeiro acto - aquele abandono e miséria cómica - arrisca no segundo - com um excêntrico demasiado caricatural - e rebenta tudo no último - com aquela história do apocalipse. A crueldade simpática tão bem descrita nas obras anteriores, que nos provocava aqueles esgares peculiares e familiares, dá lugar a uma buzina social e ecológica. Demasiado escancarada e panfletária, demasiado global. E queríamos o oposto, queríamos o subúrbio. O que não deixa de ser irónico: o filme em que Payne encolhe os seus personagens ser aquele em que ele se esquece de ser pequeno.

Sem comentários: