Ao olharmos para Ayesha, a vilã de Guardians of the Galaxy 2 Vol. 2, assaltam-nos logo imagens de Prince Nuada, o vilão de Hellboy II: The Golden Army. Ambos dourados, pintados, servindo de motor à comparação. Necessária, para não trazer o quadro e o giz. Para não levar tau tau no final da sessão. É que o filme de Del Toro tem essa presença, essa voz, para que todos se lembrem; existem aquelas criaturas, aqueles ambientes. Personagens, os sítios são criados com personagens, que nos acolhem e constroem. Gunn faz tudo ao contrário, acrescenta peças que não interessam - para quê o arco da Nebula? - e retira-as onde elas deviam existir - as cenas no planeta de Ego por exemplo, são bacocas, carregadas de CGI e desprovidas de odor ou sabor. Os grandes recantos sci-fi encontram-se a espaços, especialmente nas cenas com a trupe do Yondu, mas não chegam. Não chegam para dar ritmo a um filme que se enche dele próprio, que se faz refém do seu brilho, agora tique, agora demasiado repetido e mastigado: como a música, até quando temos de ver planos da cassete? Já sabemos que é a remistura fantástica 2 e que possivelmente está à venda. Já sabemos das câmaras lentas. Já sabemos que o Baby Groot é super fofo. Já sabemos, agora repetir tudo em larga escala deixa de ser mais e passa a ser mais do mesmo. E eu gosto destes protagonistas, talvez os meus predilectos neste universo cinemático da Marvel, conseguem fazer-me rir, bons diálogos e referências hilariantes, daí ser um pouco revoltante esta gula da meia hora a mais. Esta fome de carregar o ato final de efeitos e explosões, até cansar, até se perderem os elos. Até pedir, como canta o Tiago Bettencourt, que nos devolvam os laços.
domingo, 30 de abril de 2017
Guardiões da Guláxia
Ao olharmos para Ayesha, a vilã de Guardians of the Galaxy 2 Vol. 2, assaltam-nos logo imagens de Prince Nuada, o vilão de Hellboy II: The Golden Army. Ambos dourados, pintados, servindo de motor à comparação. Necessária, para não trazer o quadro e o giz. Para não levar tau tau no final da sessão. É que o filme de Del Toro tem essa presença, essa voz, para que todos se lembrem; existem aquelas criaturas, aqueles ambientes. Personagens, os sítios são criados com personagens, que nos acolhem e constroem. Gunn faz tudo ao contrário, acrescenta peças que não interessam - para quê o arco da Nebula? - e retira-as onde elas deviam existir - as cenas no planeta de Ego por exemplo, são bacocas, carregadas de CGI e desprovidas de odor ou sabor. Os grandes recantos sci-fi encontram-se a espaços, especialmente nas cenas com a trupe do Yondu, mas não chegam. Não chegam para dar ritmo a um filme que se enche dele próprio, que se faz refém do seu brilho, agora tique, agora demasiado repetido e mastigado: como a música, até quando temos de ver planos da cassete? Já sabemos que é a remistura fantástica 2 e que possivelmente está à venda. Já sabemos das câmaras lentas. Já sabemos que o Baby Groot é super fofo. Já sabemos, agora repetir tudo em larga escala deixa de ser mais e passa a ser mais do mesmo. E eu gosto destes protagonistas, talvez os meus predilectos neste universo cinemático da Marvel, conseguem fazer-me rir, bons diálogos e referências hilariantes, daí ser um pouco revoltante esta gula da meia hora a mais. Esta fome de carregar o ato final de efeitos e explosões, até cansar, até se perderem os elos. Até pedir, como canta o Tiago Bettencourt, que nos devolvam os laços.
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